Imprensa Chinesa Também no Brasil
14 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: artigo da Marli Olmos, problemas de profissionais, televisão na América Latina, visita à China | 2 Comentários »
Marli Olmos, a competente jornalista do Valor Econômico, foi convidada junto com outros repórteres de países latino-americanos a visitarem a China pelo governo daquele país, e está publicando uma série de artigos de suma importância para se conhecer aspectos pouco difundidos, mas que interessam a todos. Hoje, ela publica um artigo sobre a imprensa chinesa, principalmente a TV daquele país que se prepara para estabelecer a sua base em São Paulo para América Latina.
Como é do conhecimento daqueles que acompanham as notícias chinesas, uma novela brasileira, “A Escrava Isaura”, fez um grande sucesso na China, quando o país ainda não estava muito aberto para o exterior. Luciana Santos, que estrelou a novela, tornou-se uma das brasileiras mais conhecidas naquele país, pois como o governo chinês tinha proibido novas importações de novelas, naquela época, ficou-se repetindo esta por todo o país, e por muito tempo. E a atriz aproveitou para até difamar o Brasil, afirmando que a escravidão ainda existia no país, nos moldes retratados na novela, numa das visitas que ela efetuou na China, obtendo grande admiração.
Evidentemente, a imprensa na China é controlada pelo Partido Comunista, ainda que esteja dividida em diversos segmentos, como o China Daily, que é um jornal voltado para o exterior, que tem uma versão em inglês para os Estados Unidos e outro para a Europa, usando muitas informações coletadas pela Xinhua, a agência noticiosa chinesa.
A China tem 26 canais abertos de televisão e 16 pagos, como noticia o artigo do Valor Econômico, sendo que CCTV é que domina a audiência com cerca de um bilhão de espectadores com noticiários, cultura, variedades, gastronomia, telenovelas e esportes. A pretensão deles é se tornar no mundo algo como a CNN, uma BBC ou NHK, transmitindo em diversos idiomas. O futebol que atrai muitos os chineses, certamente, será bastante aproveitado.
Ainda que a China conte com muitos profissionais dominando diferentes idiomas, dada a quantidade de sons que o mandarim utiliza, estes órgãos de imprensa alegam dificuldades de disporem de equipes para os seus trabalhos, pois também necessitam dispor do adequado desembaraço diante das câmeras. Alegam que no exterior, principalmente no Brasil, os salários são demasiadamente elevados.
Como a América Latina é vasta, com muitos países, mas ainda geram muitas notícias de interesse internacional, os órgãos da imprensa mundial acabam colocando um centro como em São Paulo para cobrir todo o continente, resultando numa atuação limitada. Muitas vezes, a pauta é estabelecida pela sede, e os profissionais locais acabam frustrados, pois nem sempre as matérias que enviam são adequadamente aproveitadas pelos editores que possuem outras prioridades.
Ainda que a imprensa venha acompanhando parte da liberalização que ocorre em toda a China, nos mais variadores setores, os meios de comunicação acabam sendo considerados estratégicos, guardando a orientação ideológica marxista-leninista, na sua versão chinesa, dando a devida importância a Mao, e disseminando mais recentemente os ensinamentos de Confúcio, sempre com a leitura das correntes dominantes do Partido Comunista de cada época.
Caro Paulo.
A Lucélia não exagerou, ainda existem resquícios de trabalho escravo no BR.
Outros aristas que fizeram sucesso na China foram a dupla Milionário e José Rico no tempo do filme “Estrada da Vida” do Nelson Pereira dos Santos.
Caro Jose Comessu,
Eu já acompanhava estes assuntos pois meus relacionamentos com a China começaram nesta época. Como toda artista que desejava se promover, ela exagerava na amplitude destas distorções, que são exceções limitadas.
Paulo Yokota