A Substituição do Uso dos Plásticos

5 de junho de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: alternativas no Brasil, iniciativas no Japão, o problema dos custos, preocupação mundial com alternativas ao plástico

Um artigo publicado por YuichiroTakagi e Nozomi Sasaki no Nikkei Asian Review informa sobre o aumento das preocupações japonesas na substituição dos plásticos, principalmente com o uso do papel, que apresenta ainda diferenças substanciais de custos. Informa-se que, depois dos Estados Unidos, o Japão é o segundo país produtor de resíduos de plásticos, um problema que se tornou mundial. O Brasil teria alternativas que poderiam minorar estes problemas.

Pacotes de gel, garrafas de cervejas e talheres de plásticos que estão sendo substituído por derivados de madeira. Foto publicada no artigo do site do Nikkei Asian Review, que vale a pena ser lido na íntegra

Na atual era digital, no Japão, o consumo de papel está se reduzindo, fazendo com que empresas desta área tomem iniciativas para a substituição do uso do plástico pelo papel, ainda que haja diferenças significativas de custo, que chegam a dez vezes mais, que ainda precisam ser superadas. O Brasil, que é um grande produtor de madeira, celulose e papel, bem como de vidro, deveria estar na vanguarda deste tipo de iniciativas.

Segundo a Associação de Papel do Japão, entre 16,59 milhões de toneladas da demanda de papel em 2011, ela reduziu-se para 14,69 milhões de toneladas, gerando preocupações nas empresas que trabalham com estes produtos. Os empresários estão criando novas maneiras de acelerar a substituição dos plásticos pelo papel.

Segundo alguns analistas, como os do NTT Data e Institute of. Management and Consulting, esta tendência é inevitável, devendo prosseguir nas próximas décadas. Algumas empresas multinacionais, como a Starbucks e a McDonald’s, começaram pela mudança dos canudos de plástico pelos de papel, coisa ainda insignificante.

A Nippon Paper Industries está resolvendo alguns problemas, como de odor e do papel ficar encharcado, com novas tecnologias. Mas os custos continuam de cinco a 10 vezes mais altos. Já se efetuam esforços para substituição das embalagens de detergentes domésticos, sabonetes e xampus. Estão se encontrando formas para que as embalagens não fiquem encharcadas, sem o uso de componentes plásticos ou de alumínio. Espera-se que até o final deste ano as novas embalagens estejam presentes nas prateleiras dos locais de venda.

                             Novas embalagens de papel estão sendo estudadas no Japão

As novas embalagens de papel permitem impressões adequadas e está se estudando o problema de sua reciclagem. Outras demandas de produtos plásticos, como bandejas, já contam com 10% de produtos com base no papel, superando os problemas de calor.

O artigo menciona que este tipo de esforço está sendo feito internacionalmente, com a Kotkamills, da Finlândia, a EcoXpac, da Dinamarca para as cervejas, a Ranpak, dos Estados Unidos. No Brasil, a sueca Tetrapak vem trabalhando com caixas de papel que ainda contêm uma parte de plástico e alumínio reciclável.

Os japoneses também utilizam alguns produtos de vidro e se preocupam com as origens dos papéis que estão utilizando para que o processo seja sustentável

Com o aumento sensível da demanda nas próximas décadas, espera-se uma redução dos custos de produtos alternativos e sustentáveis, pois as preocupações estão se estendendo para muitas outras áreas. Como muitos destes produtos alternativos são produzidos no Brasil, como a celulose e o vidro, parece ser um setor onde alguns projetos bem elaborados devam ser prioritários, pensando na evolução futura de suas demandas no mundo, envolvendo novas tecnologias. Com o volume certamente crescente, muitos dos custos poderão ser sensivelmente reduzidos.