A China Procura Melhorar sua Imagem
27 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: China, corrupção, Gates, Google, imagem
Todos os episódios devem ser interpretados, no mínimo, por mais de um ângulo. Os debates que estão se travando entre as autoridades chinesas e a Google, que passou a ser apoiada pelo governo norte-americano, já foram tratados neste site, tentando dar os “insides” do que está por trás destes entreveros. É claro que a imprensa ocidental é fortemente influenciada pela versão americana.
Agora, a China procura divulgar muito as entrevistas concedidas por Bill Gates relacionadas com o assunto. Parece razoável a ponderação deste importante empresário de que empresas estrangeiras que vão se instalar nos países estrangeiros precisam obedecer às orientações estabelecidas por seus governos, goste ou não delas.
Ainda que se tenham as melhores aspirações pelos “nossos” valores democráticos, parece evidente e legítimo que se respeite o que cada país considera fundamental para a sua segurança, ainda que não se concorde com ele. Assim, se os Estados Unidos tomam algumas medidas que parecem abusivas para coibir os que chamam de terroristas, narcotraficantes e outros contrários aos seus interesses, se desejamos visitar aquele país, precisamos nos submeter às regras de suas autoridades, como tirar os calçados para as revistas. O que pode se discutir é se Guantánamo é razoável dentro das convenções internacionais.
A China parece consciente que outros problemas afetam a sua imagem no exterior. Muitos países são acusados de possuírem políticos corruptos, e os chineses vêm procurando punir os que conseguem localizar, que não são poucos. Os países que eram socialistas, e seus burocratas tinham um grande poder, quando privatizaram as suas empresas, enfrentaram muitos problemas notórios. E mesmo os que tinham economias de mercado, mas contavam com muitas estatais.
Enquanto o mundo for dos seres humanos, e não de anjos, estes problemas acontecerão. O que parece importante é que sejam julgados, com direito a defesa, como é tradição dos países considerados “democráticos”, expressão que chegou a identificar os que eram totalitários.
Mesmo que nunca sejamos isentos, devemos nos esforçar para ouvir, no mínimo, as duas partes.