Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Excelente Trabalho do Valor Econômico

29 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: Camargo Corrêa, Hitachi, monotrilho, Odebrecht

 

monotrilho_japones-300x199É fora de série este excepcional trabalho elaborado pelo jornalista Danillo Farlello, que foi ao Japão   convidado pela Embaixada daquele país. Mostra que alternativa interessante e barata existe para algumas necessidades sul-americanas.

Os que conhecem o monotrilho japonês, desde o primeiro que liga o centro ao aeroporto de Haneda até os mais recentes que vão para as ilhas artificiais criadas na baía de Tóquio, sempre hão de pensar numa solução como esta para algumas necessidades específicas.

E na medida em que a Hitachi pensa num consórcio com duas grandes e eficientes empresas de construção pesada do Brasil, parece um dos mais promissores equacionamentos existentes. A matéria Hitachi fecha acordo para monotrilho em SP merece um prêmio pelo “furo” e pela excelente explicação muito simples deste projeto, até agora guardado a sete chaves.

Tudo que é fundamental está nesta grande matéria. Deve ser lida, obrigatoriamente, por todos que se interessam por soluções eficientes para transportes de massas, ainda que não tão grandes. São Paulo tem um preconceito por algumas soluções elevadas, mas deve-se lembrar que Chicago possui uma semelhante há quase um século.

Até uma ligação até Guarulhos ou até Viracopos pode ser pensada, com as devidas adaptações. Acaba sendo mais econômica que o trem rápido que está com o edital já divulgado.

E resolveria outro problema grave em metrópoles como São Paulo, cujos vales estão ocupados por avenidas ou estradas. O monotrilho (ou por que não duotrilho, mais estável?) não apresentaria inconveniências como de reduzir a permeabilidade do solo, e as constantes inundações a que continuaremos sujeitos enquanto o aquecimento global continuar alto, provocando o El Niño. Pode-se pensar também no deslizamento magnético e outras soluções já existentes.

Tecnologia é que não falta e, quanto à viabilidade econômica, ela é de custo mais baixo que a de superfície ou subterrânea. Como lembra a matéria, o bom aproveitamento das áreas periféricas é fundamental, pois gerarão os melhores pontos de venda da metrópole. As grandes empresas de engenharia do Brasil ficarão imensamente felizes se puderem operar o sistema, o que farão com maior eficiência que o setor público.

Parabéns ao Valor Econômico, ao jornalista Danilo Farlello e à Embaixada do Japão e às empresas participantes do consórcio. Que outros sigam o exemplo dado.