Visita do Embaixador Edmundo Fujita
12 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: Coreia do Sul, intercâmbio, parceiro, ponte com o Japão, Seul
O Embaixador do Brasil na Coreia do Sul, Edmundo Fujita, encontra-se em São Paulo para uma curta visita. Ele que já foi Embaixador na Indonésia, onde desenvolveu um bom trabalho iniciando, praticamente, os intercâmbios brasileiros com aquele populoso país, o maior de muçulmanos moderados, é um dos maiores conhecedores da Ásia. Foi responsável, por muito tempo, do Departamento de Ásia e Oceania do Itamaraty, alem de ter trabalhado nas Nações Unidas, em Nova Iorque.
Ele relata que o posto em Seul excede as expectativas mais otimistas. Os coreanos estão empenhados no aumento do intercâmbio com o Brasil, de um comportamento de “sanduíche”, por se encontrar entre uma gigantesca China e um Japão desenvolvido. A Coreia exerce um papel de ponte, pois está ligada ao continente asiático pela China e muito próxima do arquipélago japonês de onde, em dias claros, é possível de se avistar os dois lados a olho nu.
Deve-se recordar que muito do que os japoneses importaram da cultura chinesa foi por intermédio dos coreanos, como a cerâmica de alta temperatura. Por ter sido ocupado pelos nipônicos por muitos anos, os idosos coreanos compreendem o idioma japonês.
Por não contar com um grande mercado interno, necessita agredir o mercado externo, e está conseguindo um espetacular desenvolvimento, como um dos primeiros “tigres asiáticos”. Mesmo na atual crise mundial, as grandes chaebol coreanas foram pouco afetadas, pois trabalham duro, como nos tempos em que os japoneses eram mais pobres, no após guerra.
O Embaixador considera a Coreia um dos parceiros ideais para o Brasil, pois depende do abastecimento externos de suas matérias-primas, inclusive alimentos. E conta com muitos produtos industriais, competitivos no mercado internacional. Corrigiu, admiravelmente, os seus problemas de infraestrutura e de poluição, restabelecendo o seu meio ambiente de forma exemplar, tecnologia que poderia ser utilizada na América do Sul.
O seu governo empenha-se em ajudar o setor privado, como o Japão fez mais ativamente no passado. Mostra-se interessado no desenvolvimento de pesquisas e tecnologia avançada, e as primeiras parcerias foram estabelecidas com organismos como a Embrapa.
Relata que Seul é um ótimo lugar para se viver, contando com atividades culturais intensas, como bons concertos de nível internacional. Estão se empenhando para tornar a sua culinária conhecida mundialmente, como a chinesa ou a japonesa, ainda que o uso da pimenta seja a maior do mundo, segundo ele.
Informa também que os coreanos estão se preparando para competir na concorrência do trem rápido brasileiro.