Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

De Mao a Deng, e Mais

12 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Categoria?, Notícias | Tags: China, Jonathan Fendy, Valor Econômico

No suplemento Eu & Fim de Semana, do Valor Econômico de hoje, o jornalista Marco Damiani publica uma interessante matéria com o título acima. No seu entender, Jonathan Fendy, autor do livro “The Penguin History of Modern China – The Fall and Rise of a Great Power, 1850 – 2009”, é um considerado analista que presta serviços para muitas empresas que possuem interesses na China.

Ele atuou na guerra do Vietnã e depois em Hong Kong como editor chefe do “South China Morning Post” (que entre outros continuamos consultando). Tem uma organização chamada Trusted Sources, com uma equipe de 18 analistas e visita regularmente a China.

Na entrevista quando passou pelo Brasil, Fenby comentou sobre o abate de um satélite norte-americano pelo exército chinês, como forma de demonstrar que estão atualizados tecnologicamente na área militar, dando um recado. E está convencido que a economia chinesa vai desacelerar, ainda que mantenha um crescimento elevado entre os BRICs.

As teses de Fenby, para a nossa satisfação, coincidem muito com o que temos expressado neste site. A China tem uma forte intervenção governamental que ocorre por intermédio dos seus bancos oficiais. Deve resistir em desvalorizar a sua moeda, pois conta com o apoio popular. Tibete e Taiwan continuarão no estado em que encontram, podendo evoluir dentro dos limites estabelecidos pelas autoridades chinesas. O povo chinês nem sempre obedece estritamente à orientação oficial, como no caso de mais de um filho por casal, notadamente no meio rural. Ainda que as dissidências existam, não são capazes de alterar significativamente a orientação oficial, que pode evoluir dentro do quadro que perseguem.

Fendy considera que Mao transformou a China e Deng transformou o mundo. A China sofreu muito nos últimos 200 anos, mas nos últimos 30 anos apresenta um crescimento surpreendente. E, com a sua insistência em manter o câmbio atrelado ao dólar norte-americano, pode provocar um aumento do protecionismo mundial, contrabalanceado pelo seu expressivo volume de importação.

Vale a pena ler o artigo, e vou tentar obter o livro citado.