Dívida Pública
17 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: diferenças, dívida pública, emergentes, ocidente, oriente, pobres
Com o problema que vem afetando a Grécia, há uma crescente preocupação com os endividamentos ocorridos em todo o mundo, com os esforços para a superação da atual crise.
Num interessante artigo de Vikas Bajaj e Keith Bradsher publicado no New York Times e reproduzido pela Folha de S.Paulo, utilizando dados do FMI, mostra-se que os endividamentos governamentais no ocidente são superiores aos dos países orientais, salvo o Japão.
Sabe-se que o Japão é um ponto fora da curva e tradicionalmente o seu endividamento público vem sendo elevado, tendo se agravado recentemente. Chega a mais de 200% do PIB, mas não apresenta problemas de financiamento. Ainda nestes dias foram lançados mais títulos públicos com juros baixíssimos, mas foram absorvidos pelo próprio mercado interno. Costumam ser de longo prazo e juros excepcionalmente baixos, mas parece que está chegando a um nível perigoso.
Assim, há uma preocupação do atual ministro de Finanças que parece divergir do primeiro-ministro e outros componentes do governo, mostrando que não existe um consenso mesmo entre eles. Nos demais países asiáticos também não existem problemas, pois a capacidade interna de poupança é elevada.
Quanto aos países ocidentais, principalmente da Europa, que não gozam da tradição de uma elevada disciplina fiscal, começam a haver preocupações e a Comunidade Européia procura adotar medidas para evitar a sua propagação, encontrando resistências.
O mesmo ocorre em países sul-americanos que vêm adotando políticas populistas sem ter condições para tanto. O Brasil é uma exceção, pois, apesar de seus juros altos, conta com pouca dívida externa líquida, devido ao seu elevado montante de reservas, e investimentos efetuados no exterior.
Está se constatando que até países que são exportadores de petróleo, quando efetuam exagerados investimentos ou não contam com uma administração responsável, acabam ficando com problemas, que não são fáceis de serem resolvidos. Os países extremamente pobres, como o Haiti ou alguns africanos, precisam de ajudas que vão além dos usuais, envolvendo a própria estruturação de suas economias.