China Tenta Produzir Vinhos de Qualidade
26 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: café do Vietnam, frutas de zonas temperadas no Brasil, vinhos da China
O jornal Valor Econômico reproduz um artigo de Stan Sesser, publicado no The Wall Street Jornal, informando que os chineses tentam conquistar o seu espaço no mercado de vinhos de qualidade. É verdade que muitas novas zonas produtoras de vinhos surgiram em todo o mundo nas décadas recentes.
Mas outros países asiáticos também surpreendem com produções que não eram tradicionais. O Vietnam é hoje o segundo produtor mundial de café, tendo superado os colombianos. Com o tempo, a qualidade destes produtos tendem a melhorar, pois são feitos em pequenas propriedades, com o uso de muita mão de obra.
De formas semelhantes, muitos viajantes descobrem que na América do Sul está se disseminando produções de frutas e produtos agrícolas que eram típicas de zonas temperadas. Tanto nas regiões montanhosas como nos vales, com irrigações. As pesquisas oficiais, como as estimuladas pela Embrapa, desempenham um papel importante neste sentido, mas muitas iniciativas individuais de pequenos produtores agrícolas descobrem as possibilidades de algumas produções, que acabam ganhando escala com o tempo.
Os asiáticos ficam surpresos com as produções de uvas, caquis, pêras, papaias, melões e uma infinidade de produtos, e de qualidade internacional. O que ainda está numa escala modesta é o sistema de embalagem e logística para atingir mercados promissores, além das restrições não tarifárias, como as sanitárias, que são utilizadas para evitar a concorrência com as produções locais. O Brasil já concorre no mercado internacional de gergelim e gengibre e ainda tem espaços para outros tubérculos.
Mas, aos poucos, estas restrições acabam sendo derrubadas, ainda que vencendo a burocracia que é propositalmente lenta. No mundo globalizado, estas concorrências acabarão predominando, pois os consumidores de todo o mundo estão preferindo preços baixos e produtos de qualidade, não se importando muito com a sua origem.
Mas a montagem de um eficiente sistema logístico e de uma rede de distribuição destes produtos passa a ter importância capital.