Coreanos Lançam Lojas Conjuntas
7 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: coreanos, economias de aglomeração, economias de escala, lojas conjuntas
Dentro do que o embaixador brasileiro em Seul Edmundo Fujita observa muito bem como uma cultura de sanduíche, os coreanos lançaram uma rede de lojas conjuntas de diversas marcas para competirem com eficácia com os produtores de outros países.
Marcas conhecidas como KT, SK, Samsung e LG associaram-se para vender seus produtos numa mesma loja, obtendo sensíveis economias de escala e de aglomeração.
Isto caracteriza uma atuação conjunta como a “Korea Inc.”, e possivelmente as autoridades daquele país estão coordenando os trabalhos para se manterem competitivas com relação a outras economias de países semelhantes.
Com isto, é possível compreender porque venceu a concorrência internacional nos Emirados Árabes Unidos com um consórcio coreano, deixando para trás outros como os formados pela Hitachi japonesa junto com a General Eletric norte-americana, tradicionais no mercado de usinas nucleares para geração de energia elétrica. Esta concorrência envolve quatro usinas e chega ao valor de US$ 40 bilhões.
Isto está forçando outros países como o Japão, onde o seu premier Hatoyama acusou o golpe, informando que o governo daquele país estará ativo numa nova concorrência num país do Sudeste Asiático. Isto permite concluir que voltará a haver atuações como o do antigo “Japan Inc.” no período em que seu desenvolvimento impressionava o mundo.
Espera-se o mesmo tipo de atuação nas concorrências de grandes projetos de infraestrutura na América Latina, como o trem rápido no Brasil. Mas, como advertiu o influente jornal econômico japonês Nikkei num recente editorial, é preciso que se aprenda com os coreanos, estabelecendo profundas raízes nos países clientes, estimulando até operações conjuntas com empresas de outros países, que possuem custos mais baixos no momento.
No mundo globalizado, tanto as empresas como os países necessitam pensar em formas criativas de operações conjuntas, aproveitando as qualificações que todos têm. Não existem mais espaços para orgulhos como os que criaram problemas para algumas indústrias automobilísticas.