Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Economistas e Suas Visões

3 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: comportamentos coletivos, Empresas, macroeconomia, “mágicas”

A consagrada economista Joan Robinson ensinava que havia estudado economia para não ser enganada pelos economistas.   Evidentemente, em todas as profissões existem os bons e os que podem ser considerados pouco eficientes. No entanto, temos sempre que admitir que as visões de um economista podem ser tendenciosas, correndo o risco de se fazer uma simplificação da complexa realidade.  Eu sou um economista.

Em todas as economias, mesmo as consideradas atualmente menos dinâmicas, existem segmentos que continuam lutando para adaptar-se a situação dominante, acabando por conquistar um espaço, mesmo na adversidade. Os macroeconomistas, com a sua pretensão de uma visão global, acabam perdendo a capacidade de notar as revoluções que podem estar ocorrendo, principalmente entre as pequenas e médias empresas, que acabarão crescendo.  Enquanto outras grandes, que chamam a atenção atualmente, tendem ao declínio, numa saudável mobilidade.

Parece ser o caso do Japão, onde está se processando mudanças importantes nas pequenas e médias empresas, quando as mais tradicionais e conhecidas passam por dificuldades, que chamam as atenções e acabam refletindo generalizadas impressões para toda a economia.  Outras modificações mais profundas, como a ascensão das empresas voltadas ao longo prazo e desenvolvimento tecnológico, parecem estar ocorrendo.

Existe, também, o problema da moda.  Como se inventou a expressão BRIC, acabou-se chamando a atenção do mundo sobre os seus componentes, o Brasil, a Rússia, a Índia e a China.  Mas existem outras economias de grandes dimensões que já eram desenvolvidas e continuam apresentando boas performances.

Anuncia-se que a Austrália apresentou em 2009 um crescimento de 1,4%, quando muitas economias decresceram.  O Canadá também continua fora do foco mundial, pois apesar de sua extensão territorial, a sua população não é tão grande.

De outro lado, nota-se que muitas “mágicas” continuam sendo efetuadas, com fusões e incorporações, propiciando o lançamento de papéis no mercado.  Como dizia um sábio observador: “como é possível fundir duas porcarias, e dela resultar uma maravilha…”  Há que se tomar extremo cuidado com estes papéis, pois nem sempre correspondem a verdadeiras capacidades de produções.

Parece que está se vendendo muitos “direitos” sobre potenciais produções que ainda exigem muito trabalho e investimento para se tornarem realidades, sujeitos a todos os percalços de um futuro sempre incerto.