Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Experiência do Cinema Japonês no Bairro da Liberdade

4 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: Alexandre Kishimoto, cinema japonês, mestrado em antropologia social | 12 Comentários »

No próximo dia 11 de março, o antropólogo social Alexandre Kishimoto defenderá sua dissertação sobre o tema acima na Universidade de São Paulo visando obter o seu mestrado.

Num trabalho primoroso, cuidadoso e de alto nível, com base em muitos estudos relacionados à antropologia e depoimentos de pessoas que viveram em São Paulo na época áurea do cinema japonês, ele elaborou a sua tese.

Muito acima do padrão dos trabalhos normais de mestrado, o estudo merece ser transformado num livro, para conhecimento além dos círculos acadêmicos.  É um tema que interessa a muitos, não só aos aficionados do cinema, na história da comunidade nikkei como na cultura japonesa.

Todos que viveram os assuntos abordados no estudo, certamente, se recordarão dos momentos agradáveis por que passaram, como se fora num filme ao lerem o seu trabalho.  Por se tratar de um trabalho escrito, como num livro, a imaginação de cada leitor permitirá deslumbrar, novamente, as emoções por que passaram.

E os temas abordados levarão ao exame dos relacionamentos sugeridos tanto com o Japão, sobre o qual poucos conheciam, como com a evolução futura do cinema brasileiro.

Certamente, o cinema foi um instrumento de grande importância para a comunidade, tendo inspirado carreiras que foram trilhadas por muitas pessoas, tanto no cinema como em outras formas de manifestação cultural.

O trabalho de Alexandre Kishimoto merece o aplauso de todos, e que sirva de estímulo para outros que desejam estudar e escrever sobre assuntos similares.


12 Comentários para “Experiência do Cinema Japonês no Bairro da Liberdade”

  1. Diretorio de Sites d
    1  escreveu às 19:58 em 5 de março de 2010:

    Este artigo me faz recordar do tempo que eu, moleque, ia ao Cine Niterói ver filmes de samurai, yakuza, judo ou karate.

    Adulto, descobri no Japão que eram filmes classe B porque esses títulos não foram lancados em DVD lá, o que é de se esperar de filmes melhores, embora a definição de "melhor" seja subjetiva.

    Foi com muita alegria que vi o Kill Bill 1 do Tarantino porque notadamente há várias referências a esses filmes, do qual a maior seja a participação do prório Chiba Shinichi (ou Sonny Chiba, como era chamado nos EUA) no filme no papel do fabricante de espadas em Okinawa. Chiba foi talvez o ator desse meio com maior evidência.

    Quem nunca viu provavelmente não faz muita idéia do que o Kill Bill referencia.

    Fiquei feliz também porque em algum canto do mundo havia alguém com a mesma experiência que a minha. Eu não conseguia convencer nenhum amigo a ir comigo assistir esse tipo de filme. Quando vi o Kill Bill descobri que não estava sozinho no Universo:-)

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 08:17 em 7 de março de 2010:

    Caro Diretor,

    Infelizmente não recebí o seu nome, mas seus comentários são pertinentes. O antropólogo Alexandre Kishimoto juntou o depoimento de muitas pessoas que vivenciaram estes e tempos mais pioneiros. Gostaríamos de receber mais informações sobre o que fazem, para partilhar com outros que vivem mundo afora.

    Paulo Yokota

  3. Carlos Alberto Perei
    3  escreveu às 08:48 em 23 de março de 2010:

    Seria ótimo saber onde comprar edições da tese de Kishimoto. Fiquei muito interessado e agradeceria alguma informação.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 19:25 em 23 de março de 2010:

    Caro Carlos Alberto Pereira,

    Estou encaminhando o seu email para o Kishimoto para ele lhe fornecer as informações diretamente.

    Paulo Yokota

  5. Paulo Yokota
    5  escreveu às 22:36 em 23 de março de 2010:

    Prezado Carlos Alberto Pereira
    Agradeço o interesse pela pesquisa. O exame de defesa da dissertação foi realizado em março deste ano, de modo que o trabalho ainda não foi publicado como livro. Por ora é possível consultar os exemplares disponibilizados na biblioteca da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo, e nas bibliotecas da Cinemateca Brasileira, da Fundação Japão e do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil. Espero poder, em breve, tornar a pesquisa mais acessível, por meio de sua publicação como livro.
    Atenciosamente,
    Alexandre Kishimoto

  6. Carlos Alberto Pereira
    6  escreveu às 01:28 em 26 de março de 2010:

    Fico muito grato por sua ajuda, prezado Paulo. Ficarei aguardando a publicação em forma de livro, para ler e guardar. Atenciosamente.

  7. Paulo Yokota
    7  escreveu às 18:20 em 27 de março de 2010:

    Caro Carlos Alberto Pereira,

    Acredito que, como V., muitos esperam que o livro sobre o assunto seja editado, e comentários como os seus podem enriquecer o autor.

    Paulo Yokota

  8. Carlos Alberto Pereira
    8  escreveu às 01:41 em 26 de março de 2010:

    Caro Alexandre Kishimoto, agradeço sua pronta atenção à minha dúvida e, embora já esteja disponível para leitura, aguardarei a edição de sua obra em forma de livro, para desfrutá-la calmamente e tê-la comigo. Estou certo de que é um tema que interessa a muitos. Com apreço, Carlos A. Pereira

  9. Paulo Yokota
    9  escreveu às 16:23 em 27 de março de 2010:

    Caro Carlos Alberto Pereira,

    Espero que Alexandre Kishimoto responda a sua colocação.

    Paulo Yokota

  10. Alexandre Kishimoto
    10  escreveu às 20:36 em 28 de março de 2010:

    Prezado Carlos Alberto Pereira

    Agradeço mais uma vez o interesse em ver publicada a dissertação como livro! Trata-se de um processo árduo – convencer uma editora a publicá-lo, por vezes, após o aceite, ter que levantar os recursos financeiros para a publicação. Certamente que comentários como os teus, além do próprio post de Paulo Yokota, e outras matérias jornalísticfas, são importantes indícios do interesse público pelo tema, a serem levados nas conversas com as editoras.

    Atenciosamente,

    Alexandre Kishimoto

  11. Tiago
    11  escreveu às 14:05 em 21 de fevereiro de 2011:

    Está certo que os cinemas asiáticos ainda tem muito pra melhorar, mas já vi alguns filmes bons, principalmente dos chineses com Jackie Chan que envolve luta e comedia ao mesmo tempo.

    Mas nenhum outro chegou perto do Tigre e o Dragão(Crouching Tiger, Hidden Dragon) ganhador de 4 oscars e 2 globos de ouro, filme belíssimo, estória cativante e cheios de lutas e acrobacias fora do comum.

  12. Paulo Yokota
    12  escreveu às 17:39 em 21 de fevereiro de 2011:

    Caro Tiago,

    Cada filme no seu tempo. O Tigre e o Dragão inovou nos truques para darem a impressão que os atores “voavam” e foi muito elaborado. Infelizmente, somente uma pequena parte das produções chinesas como hindus chegam ao Brasil, pois são grandes produtores para atender o mercado asiático que é gigantesco. Existem muitos filmes de boa qualidade, sendo que alguns são exibidos no Ocidente.

    Paulo Yokota