Explicando Um Pouco do Brasil – Pará (5)
30 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: ampla diversidade, Estado do Pará, ocupado e com conflitos
Tudo no Pará é grande, não havendo exagero quando se fala “maior do mundo”. O Estado do Pará é o segundo em dimensão geográfica no Brasil, contando com mais de 1.247 mil quilômetros quadrados, e é a entrada da Amazônia, pois o rio Amazonas desemboca no Atlântico neste Estado, onde ocorre o fenômeno das “pororocas”, com o mar avançando rio acima. Sua capital é Belém e fica junto à ilha do Marajó, a maior fluvial do mundo. Conta com uma grande diversidade de características, e a ocupação do Estado é antiga.
Apesar de muitos entenderem que se trata de uma região geologicamente recente, de aluvião, tudo leva a crer que havia ilhas quando a Amazônia era um mar, até o Andes se formar. Algumas estruturas geológicas são antigas, como onde se localiza Carajás que é um dos maiores complexos minerais conhecidos, uma antiga chaminé possivelmente.
Este Estado foi considerado estratégico para a produção da borracha, e os norte-americanos tentaram criar a Fordlândia para o cultivo dela antes da Segunda Guerra Mundial. As dificuldades de algumas pragas acabaram por transferir estas atividades para a Malásia. Durante a Guerra, os imigrantes japoneses da Amazônia foram concentrados na cidade de Tomé Açu, que foi pioneira no cultivo da pimenta do reino, passando por fases de prosperidade e declínios. Muitas de suas atividades são extrativas, como a da castanha do Pará e do açaí.
Existem muitas áreas neste Estado, onde as documentações das terras rurais são precárias, pois com a falta de cuidados topográficos, quando ainda não havia o GPS, houve sobreposições de concessões de grandes glebas, como as da Fundação Brasil Central do Governo Federal. Onde há incertezas dominiais, principalmente na localização e nos confrontos, há uma tendência de aumento dos conflitos pela sua disputa, notadamente entre ocupantes e grileiros.
Uma grande parcela das antigas florestas foi devastada para a formação de grandes fazendas de gado. A ocorrência de muitos minérios provoca conflitos entre garimpeiros, que “brotam” nas florestas que não possuem estradas, e os índios, que nem sempre contam com suas terras demarcadas, pois suas extensões são gigantescas.
Grandes áreas foram inundadas para a construção de hidroelétricas como Tucuruí, que dada a sua urgência não permitiu um cuidado adequado com a preservação do meio ambiente. Os novos projetos como Carajás, que é o mais expressivo empreendimento do Estado, já levam em conta estes aspectos, constituindo-se em exemplos da boa convivência com as preocupações ecológicas. Algo semelhante deve ocorrer com Belo Monte, outra hidroelétrica de grandes dimensões.
Hoje, o Estado do Pará, além dos rios que servem com vias de transportes, conta com algumas estradas importantes, cujas conservações são precárias, como a Belém-Brasília, Cuiabá-Santarém e a Transamazônica. As construções delas foram criticadas pelos ecologistas, mas permitiu conhecer o que realmente são as chamadas “terras altas”. A dimensão do Estado torna a sua administração complexa. Pará ficou também conhecido por alguns projetos privados de grandes dimensões ,como o Jari.
A ferrovia que liga Carajás ao porto de Itaqui, no Estado do Maranhão, é especializada em minérios, sendo de elevada eficiência. Por passar em algumas reservas indígenas ocorrem, algumas vezes, alguns conflitos. Mas muitos destes indígenas são hoje verdadeiros empresários, alguns possuindo, inclusive, as próprias aeronaves.
Pará já contou com imensos campos de prova, quando o Brasil sonhava desenvolver armamentos atômicos. É um Estado onde a marca do pioneirismo ainda é acentuado.