Um Jornalista Brasileiro no Japão
21 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: convite da Fundação Japão, Gastronomia, imprensa, transportes, visão comparada
O experiente jornalista Carlos Maranhão, da Veja São Paulo, relatou numa recente palestra em São Paulo a sua experiência no Japão, que visitou a convite da Fundação Japão. Justificando o convite o diretor geral da Fundação, considerou que a visita pessoal era importante, pois com os cinco sentidos humanos é que poderia ser ter uma idéia real do país, incluindo o tato, o paladar e o cheiro, além da visão e a audição, que poderiam ser usados à distância.
Carlos Maranhão tem uma longa experiência, tendo viajado por muitos países cobrindo Olimpíadas e Copas do Mundo. Estava informado para conhecer o Japão comparativamente, mas a sua palestra, ilustrada por fotos, só pôde concentrar-se em determinados aspectos.
Como jornalista, teve a oportunidade de visitar o jornal de maior tiragem no mundo, o Yomiuri Shimbun, onde se impressionou com a hierarquia reinante numa reunião de pauta, onde só o redator-chefe falou, ouvido por editores e subeditores presentes, como os que acompanhavam nas sucursais em outras localidades. Não era usual com o que acontece em outras redações, onde os jornalistas costumam expressar as suas opiniões.
Outro aspecto relatado por ele referia-se ao transporte de massa no Japão onde, na hora do “rush”, mesmo com o espaço mínimo disponível para cada passageiro, muitos estavam se dedicando à leitura de jornais e revistas, mesmo em pé.
Por ocasião de sua visita, tinha sido lançada uma nova versão do Guia Michelin do Japão, onde Tóquio aparecia com mais restaurantes estrelados que em outras capitais mundiais conhecidas pela gastronomia. Ele mesmo teve a oportunidade de visitar dois que tinham as máximas três estrelas, atribuídas pela qualidade de sua culinária. Constatou que, apesar do elevado preço, as iguarias servidas nada tinham com o que ele conhecia como apreciador da culinária japonesa.
Tendo visitado Hiroshima, Maranhão ficou impressionado com todo o envolvimento da cidade a favor da paz, sendo que uma intérprete que o ajudou durante a viagem pelo país tinha nascido naquela cidade, carregando as experiências de seus habitantes. Guardou forte lembrança de um “origami” (dobradura) que ganhou, na forma de um “tsuru” (grou), um desejo de votos de felicidades.
Estes intercâmbios são de grande importância, pois somente com visitas pessoais é possível tomar conhecimento das realidades destes países, como o Japão, mais conhecidos no exterior pelos seus aspectos exóticos.