Mudanças nas Empresas Japonesas
15 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: executivos estrangeiros
Quando o franco-brasileiro Carlos Ghosn assumiu a presidência da Nissan, como representante da Renault, o mundo empresarial japonês aguardava com grande expectativa quais seriam os resultados que ele conseguiria. A maioria apostava que, dadas as características das empresas japonesas, seria muito difícil que um ocidental pouco conhecedor das tradições empresariais nipônicas pudesse obter bons resultados.
Aos poucos, Carlos Ghosn tornou-se respeitado no Japão com o seu trabalho, abrindo caminho para a aceleração do uso de executivos estrangeiros, que era incipiente. Ele chegou à presidência da Renault francesa graças aos resultados obtidos no Japão e agora conseguiu uma associação da Renault-Nissan com a poderosa Daimler alemã.
Ainda estes exemplos podem ser considerados exceções, mas o jornal Nikkei anunciou que a Nippon Sheet Glass contratou Craig Naylor, antigo vice-presidente da Du Pont, como o seu novo presidente. É outra demonstração que neste mundo globalizado todos estão se adaptando às novas condições, correndo o risco para acertar.
Nada assegura que se obterá sucesso, como no caso da Nissan. No entanto, mesmo em economias conservadoras como a japonesa está se tentando soluções não ortodoxas, certamente, depois de profundos exames de cada caso.
Os períodos de crise favorecem ousadias e é a demonstração de que nenhuma cultura empresarial é dona da verdade. Com muito cuidado, algumas novas orientações podem ser adotadas, na tentativa de romper o marasmo em que se encontram algumas economias que já atingiram a sua maturidade. Em outras emergentes, é possível que a experiência acumulada nas economias desenvolvidas possa ser usada para acelerar a sua inserção no mundo globalizado.