Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Economia Japonesa Consegue Reagir?

10 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: cultura admirada, dificuldades políticas, elevado nível educacional, reação diante dos concorrentes | 2 Comentários »

Todos os estrangeiros que conhecem o Japão, o admiram pelo elevado nível educacional de sua população, pela sua refinada cultura, pelo nível de desenvolvimento tecnológico e econômico que conseguiu, pelo alto respeito ao meio ambiente e todas as suas demais qualidades. Lamentam que o país aparente passar, atualmente, por uma já longa estagnação, com suas instituições políticas e empresariais dando alguns sinais de saturação, como se estivessem esclerosadas.

Todos torcem para que o Japão volte a contar com o dinamismo do passado, notadamente do período em que angariou a admiração mundial, renascendo das cinzas da Segunda Guerra Mundial. Do período que ficou conhecido como o “milagre econômico japonês”, que passou a ser imitado por outros países, inclusive pelo Brasil.

Todos os “tigres asiáticos” procuraram aprender com suas lições, tanto pela melhoria do padrão de vida de sua população como pela conquista dos mercados externos. Absorveram parte de sua tecnologia e adotaram políticas econômicas que tinham dado certo.

Apesar de sua escassez de recursos naturais, com o duro trabalho de sua população, o Japão gerou as divisas indispensáveis para importar tudo que necessitava, desde tecnologia a matérias-primas como alimentos. Sua cooperação passou a ser requisitada, seus investimentos e financiamentos disputados, o incremento do intercâmbio com os japoneses desejado.

Conseguiu superar as crises petrolíferas e parte das dificuldades financeiras que depois abalaram o mundo, com muito sacrifício do seu povo. Envolveu-se numa “bolha” com a exagerada valorização dos seus escassos recursos imobiliários, e parece que não conseguiu recuperar-se totalmente.

O Japão, com uma população que desenvolveu sua cultura num arquipélago, parece não conseguir acompanhar o rápido processo da recente globalização que ajudou a acelerar, absorvendo e incorporando o que de bom poderia vir do exterior.

Suas novas lideranças não conseguem se firmar, com o valor exagerado atribuído ao trabalho coletivo, que é importante. Mas os indispensáveis destaques individuais e seus recursos humanos mais qualificados não podem procurar oportunidades no exterior, como registram alguns dos seus meios de comunicação.

O Japão está diante de novos desafios, e certamente poderá superá-los. Seus pensadores são capazes de diagnosticar as origens de suas dificuldades, e encontrar formas para resolvê-las. Certamente, necessitarão ser ousados, propondo inovações de grande magnitude, mas têm todas as condições para tanto.

Algumas reações começam a se esboçar, diante das duras realidades que enfrentam, mas ainda não aparentam ser suficientes. Outros povos passaram por longos períodos de estagnação, como os chineses, e agora voltaram a despertar a admiração mundial.

O Japão, com a sua dimensão cultural e econômica, espera-se, com humildade e muito trabalho do seu povo, vai se recuperar mais rapidamente, dando novamente a sua contribuição para o mundo. Todos estão torcendo para que isto aconteça o quanto antes possível.


2 Comentários para “A Economia Japonesa Consegue Reagir?”

  1. Nikos
    1  escreveu às 23:59 em 11 de maio de 2010:

    Esse texto está um pouco piegas, dando destaque exagerado ao povo japonês.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 06:37 em 12 de maio de 2010:

    Caro Nikos,

    Aceito a sua observação, mas não sei qual o seu conhecimento do Japão. Jornalistas, empresários e analistas que conhece o Japão que atingiu a posição de segunda economia do mundo, que está perdendo agora para a China, continua respeitável e se V. acompanhar os outros textos do site deverá notar que existem observações críticas, inclusive baseado num dos seus principais jornais que é o Nikkei. Oliveira Lima que escreveu "No Japäo" em 1903, ensinou que devemos observar os aspectos positivos e negativos para fazer uma observação equilibrada.

    Paulo Yokota