Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Comportamento Político em Todo o Mundo

7 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: asiáticos, fragmentação política, Inglaterra, sul-americanos

Com toda a evolução das comunicações que se acelera em todo o mundo, aumentam os sinais que a estabilidade política desejável é coisa cada vez mais rara em muitos países. O exemplo da recente eleição na Inglaterra, com longa tradição democrática, mostra que as diversas aspirações existentes nas populações já não podem ser contidas em poucos partidos, que constituem o núcleo do poder decorrente das urnas.

No Japão, nota-se uma verdadeira pulverização política, com a constante criação de novos partidos, com o prestígio do governo cada vez mais baixo. É verdade que, mesmo nos países supostamente bipartidários, presidencialista, como nos Estados Unidos, facções que representam um amplo espectro de tendências estão artificialmente conglomerados numa sigla, perdendo o sentido que se dava no passado de: esquerda e direita, de conservadores e liberais, de governo e oposição etc.

Enganam-se os que pensam que em países com um partido único, como no caso da China, haja um conglomerado de muitos que pensam de forma razoavelmente igual. Ao longo da sua história recente, desde a vitória de Mao Zedong, houve períodos de predomínio de determinadas tendências, como o da terrível Revolução Cultural, e de grupos como do Deng Xiaoping que sobreviveu por diferentes fases, até assumir o poder e provocar uma ampla utilização dos mecanismos de mercado. Hoje, continuam existindo muitas tendências naquele país, que se manifestam das formas possíveis.

Até mesmo onde subsiste exagerado número de partidos, como no Brasil, os grandes partidos congregam grupos até de tendências opostas. Lamentavelmente, as siglas pouco significam e só costumam reunir grupos que têm em comum o objetivo de usufruírem das benesses do poder.

Ainda assim é preciso superar o caos. Encontrar formas que constituam um governo e uma base parlamentar, ainda que por um período. Muitos teóricos afirmam que o sistema parlamentarista facilita a formação desta maioria, que superada provoca a queda do governo ou a convocação de novas eleições.

Não existe um caminho político determinado, e cada país terá que encontrar o seu, mas perdurando uma situação mal definida por um prazo longo os prejuízos podem ser profundos, mantendo uma estagnação danosa por muitas décadas. É preciso tentar aperfeiçoamentos, ainda que este convencimento político de uma população demande muito trabalho.