Preocupações Com a Distribuição da Renda
1 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: aspirações igualitárias, distribuição de renda | 2 Comentários »
Em que pesem todas as disparidades existentes, a humanidade sempre aspirou por um mínimo de igualdade entre os seres humanos, objetivo pouco alcançado. Agora, os países asiáticos, depois de recuperados das dificuldades econômicas que afetaram a todos, voltam a concentrar suas atenções para o assunto.
É verdade que os processos de crescimento rápido têm sido acompanhados da piora de distribuição de renda. Os mais ágeis se apropriam de uma parcela maior de tudo que é gerado pelo trabalho coletivo, enquanto a massa dos menos qualificados acaba, mesmo com a melhoria do seu padrão de vida, ficando a uma distância maior dos privilegiados.
Em que pesem algumas críticas ao governo brasileiro, o presidente Lula da Silva sempre se preocupou com o assunto, mesmo nos períodos em que a economia brasileira não apresentava uma performance mais adequada. Na média, há indicações que a concentração de renda melhorou sensivelmente no Brasil, mas os mais privilegiados, beneficiados pelos elevados juros vigentes no país, tiveram ganhos substanciais.
O que deve ser perseguido não é a igualdade absoluta de renda, mas que todos tenham as mesmas oportunidades no início de suas carreiras. Isto significa que a alimentação da mãe, no período pré-natal, precisa melhorar, para proporcionar aos bebês os elementos necessários para o desenvolvimento do seu aparato de apreensão do mundo, como costuma ressaltar o professor Delfim Netto.
As oportunidades de uma educação adequada precisam ser melhoradas. No passado, as escolas públicas tinham um elevado padrão, e hoje há uma distância com as dispendiosas escolas privadas, desde as primeiras fases da educação formal. Conseguem mais vagas nos ingressos das universidades públicas, lamentavelmente, os que puderam contar com preparos mais adequados nos níveis intermediários.
No entanto, como assuntos desta natureza já começam a ocupar espaços na imprensa, as esperanças de melhoria continuam vivas. Mesmo nos países sul-americanos, aos trancos e barrancos, provocando reações poderosas, há países que perseguem estes objetivos mais igualitários, que assegurem o mínimo para todos os seres humanos.
Gostei do artigo, pois defende uma vida melhor para todos. A humanidade sabe que o seu maior defeito é o egoísmo, mas insiste em mantê-lo, mesmo que à custa de muito sofrimento para a grande maioria. Cabe à Sociedade (com esse maiúsculo) ir educando as pessoas para um mundo melhor. Esta educação pode ser acelerada, mas o egoísmo não deixa.
Caro Jaime Pereira da Silva,
Acredito que o egoismo faz parte da natureza humana. Existe uma aspiração para a maior igualdade, mas ela se torna objetiva se todos vislumbrarem uma vantagem com isto. É por isto que muitas sociedades conseguiram um sistema de “check and balance” que conduz a um razoável equilíbrio.
Paulo Yokota