Antigas Culturas Asiáticas

19 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: Ásia começa em Istambul, assírios, bizantinos, chineses, egípcios, hindus, persas | 12 Comentários »

Desde a Renascença, quando a Europa começou a desenvolver-se, o mundo tendeu a considerá-la o centro do mundo, atribuindo uma importância desprezível às antigas civilizações, o que está sendo novamente revisto. Istambul ainda localiza-se na parte européia, mas é onde passando as pontes sobre o Bósforo, que liga o Mar de Mármara, da parte Mediterrânea com o Mar Negro, já se cruza para a parte de Anatólia da Turquia, que fica na Ásia.

Ainda que existam indícios das presenças de aglomerações humanas deste o período neolítico nesta região atualmente turca, entende-se que o Império Bizantino ou os greco/romanos, lá se instalaram em torno de 660 a.C., tendo pequenos períodos de domínio persas. De cerca de 330 d.C. ficou com o nome de Constantinopla, consolidando-se como sede do Império Romano do Oriente, que deixou muitos monumentos. O Império Otomano fixa-se em torno de 1450 prolongando-se até 1922, estendendo-se por todo o Mediterrâneo, desde Portugal até a parte arábica, envolvendo a atual Síria e Líbano. Deixou um patrimônio importante da humanidade. Explica, também, porque muitos imigrantes árabes para as Américas tinham passaporte turco.

Deve-se lamentar a criminosa destruição da Biblioteca de Constantinopla, por motivações religiosas. Ela reunia o que de mais importante se acumulava de conhecimento da humanidade até a época, do qual eram portadores os otomanos.

Para muitos ocidentais, deve ter sido surpreendente uma importante exposição efetuada no Museu do Oriente Médio em Paris, há alguns anos, quando a Pirelli patrocinou a reunião de peças importantes dos assírios, que habitavam a Mesopotâmia. É a atual cultura iraquiana desprezada, onde se localizava a Babilônia, com seus famosos jardins suspensos e seus aquedutos. Além dos ornamentos de vidros, estavam expostas muitas peças de cerâmica utilizadas para a impressão de mensagens, uma espécie de rudimentar de imprensa.

Hoje, esquece-se que a atual Irã é a antiga Pérsia, com sua respeitável cultura de muitos milênios, e só se cobiça suas reservas de petróleo. Ou que os fenícios já comercializavam com os chineses, pela Rota da Seda, o que permite explicar a presença de peças de seda nas tumbas de alguns faraós egípcios. Até Alexandre atingiu as proximidades da Índia, passando pela Pérsia.

Hoje, comprova-se que os chineses já navegaram por todo o Ocidente, pelos oceanos Índico, Atlântico e Pacífico efetuando viagens de circunavegação em torno de 1420. Além das atuais Américas, as frotas chinesas estiveram na Antártica como no Ártico, deixando plantas e marcas incontestáveis.

Estão documentadas centenas de importantes descobertas chinesas para a humanidade que antecederam em muito os do Ocidente. Os sonhos dos mercadores e primeiros navegadores europeus eram chegar às riquezas hindus ou chinesas, desde o Renascimento. Os que se surpreendem com a recente ascensão asiática devem ter a humildade de reconhecer que estas civilizações, ora sendo redescobertas, já tinham acumulado ricos conhecimentos quando o Ocidente ainda se comportava como primitivo.

O que deve se temer sempre é o orgulho e o fundamentalismo religioso que levaram a destruições e conflitos bélicos, que provocaram decadências de muitas importantes civilizações. Sempre se mantém a esperança que a humanidade aprenda um pouco com a história.