Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Crescente Intercâmbio da Índia com o Asean

3 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: dimensão chinesa, Índia e Asean

O mesmo papel que a China desenvolveu nos anos recentes passa a ser desempenhado pela Índia, nos seus relacionamentos com os países da Asean – Associação dos Países do Sudeste Asiático. Com seu rápido desenvolvimento, a Índia procura incrementar o intercâmbio com os países próximos, para atender as suas necessidades de infraestrutura e abastecimento de alimentos, incluindo financiamentos, tecnologia da informática e matérias-primas.

Cingapura procura atender as necessidades financeiras da Índia, bem como energia elétrica e navios. A Malásia procura suprir a Índia com celulares e alimentos como o óleo de palma (dendê). Estes assuntos constam de um artigo do jornal econômico japonês, o Nikkei.

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A Tailândia supre parte das necessidades alimentares dos indianos, as Filipinas parte das demandas de tecnologia da informática e a Indonésia está exportando carvão mineral. Os países da Asean se baseiam nas suas exportações para alavancar os seus desenvolvimentos, sendo que o intercâmbio intrarregional passa a ser a metade do que efetua com o resto do mundo.

Portanto, ainda que a China tenha se tornado o principal parceiro comercial dos Estados Unidos, suplantando o Japão, é preciso acompanhar o papel que a Índia está desempenhando regionalmente. Quando as economias industrializadas acusam um arrefecimento do seu crescimento, os dinamismos necessitam ser procurados nos países até agora considerados periféricos.

Trata-se de um exemplo que necessita ser estudado pelo Brasil e pelo Mercosul, onde o dinamismo regional não é tão elevado. A exagerada dependência dos mercados norte-americanos e europeus está sendo substituída pelos asiáticos, principalmente pela China, mas a concorrência regional está se elevando, e o aproveitamento das economias mais próximas é uma prioridade que não pode ser esquecida, mesmo com todas as dificuldades a serem superadas.

O Brasil vem adotando uma política mais agressiva na África e no Oriente Médio e, apesar da oposição de alguns segmentos, os mercados vizinhos latino-americanos precisam ser encarados com muito pragmatismo, ressaltando os interesses comerciais, pois as necessidades brasileiras também são crescentes.