Habilidades Comerciais Milenares
7 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: aprendendo no Oriente, habilidades comerciais, inocentes e jovens americanos
Quando se observa os comerciantes como do Grand Bazaar, de Istambul, imagina-se que muitos comerciantes sul-americanos, notadamente brasileiros, absorveram parte da cultura comercial destes povos milenares, como os turcos. Como os mascates que levaram seus produtos por todo o interior da América do Sul, e hoje ocupam as principais regiões comerciais das grandes metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro. Na realidade, o Oriente Médio veio negociando com os asiáticos, especialmente com os chineses, utilizando a histórica e milenar Rota da Seda, desde a época dos fenícios.
Istambul foi sempre disputada desde a época Bizantina, quando se tornou capital da Roma Oriental, pois era um ponto estratégico para o comércio, não só com o Mar Negro, Mediterrâneo como com o Egito. E daí para toda a Ásia. Acabou prevalecendo a sua cultura otomana, fortemente reafirmada no seu atual nacionalismo. Não só a cidade do ponto de vista urbano e de seus monumentos, como existe uma refinada cultura comercial que se expressa na habilidade no trato dos clientes. Ainda que tenham feito um péssimo negócio, os clientes saem como tendo obtido ganhos e satisfeitos.
Ayasofya, igreja transformada em um majestoso museu em Istambul
Os otomanos não destruíram as obras dos bizantinos, só os camuflaram. Um exemplo marcante é Ayasofya, hoje um majestoso museu, onde ainda se continua descobrindo estupendos mosaicos cristãos deixados pelos imperadores romanos e seus arquitetos, naquela que foi uma gigantesca igreja, cobertos de pinturas que permaneceram por séculos. Usaram como mesquitas, e hoje são visitados pelos turistas de todo o mundo, cristãos, muçulmanos ou de outras religiões, fazendo parte das restaurações da Capital Européia da Cultura de 2010. Há trabalhos para muitos arqueólogos, por muitos séculos.
O que parece um contrassenso é que os americanos, do Norte, Centro e Sul continuam dotados das pretensões de serem ótimos negociantes, quando parecemos ingênuas crianças das quais se tomam seus doces, quando comparados com as milenares culturas comerciais de asiáticos e povos do Oriente Médio.
A nossa arrogância e ignorância nos levam a desprezar conhecimentos acumulados pelos assírios (hoje iraquianos), os persas (hoje iranianos), como dos chineses ou hindus, entre alguns humilhados recentemente. Tendo um pouco mais de modéstia, poderíamos aprender, para nosso proveito e do mundo, de muito de suas culturas, principalmente comerciais.