Punição da Corrupção Política
12 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: corrupção de políticos, particulares e partidários, punições
Lamentavelmente, enquanto os seres humanos existirem parece que as atividades políticas acabam se associando com as ilícitas em qualquer parte do mundo. Distinguem-se os que só se ligam com os que utilizam o poder para enriquecer, com os custeios das atividades eleitorais, sendo que mesmo nas democracias costumam ser caras, em qualquer país. Em muitos casos, as duas atividades se confundem.
Em alguns países, mesmo os mandatários máximos acabam sendo atingidos pelas punições. Noticia-se que a Alta Corte de Taiwan condenou o ex-presidente Chen Shui-bian e sua esposa a 20 anos de prisão, como Alberto Fujimori do Peru continua preso.
Nos países não democráticos, as corrupções tendem a perdurar por longos períodos, pois alguns continuam se manter no poder à custa dos benefícios que são atribuídos aos que ajudam a dar suporte a determinados grupos, mas que acabam caindo quando há uma saturação em toda a sociedade humana. Até pode estar ligada à decadência em que ingressa um país.
Mesmos nos democráticos, ainda não se encontraram mecanismos para financiar todos os custos eleitorais que não costumam ser baixo. Ainda que se imponha uma transparência, os fatos humanos determinam que certos grupos esperam os favores de um governo eleito e procuram não figurar como os seus patrocinadores. Ainda que isto se efetue de forma pulverizada e regulamentada, até com verbas públicas, parece que acabam sendo burlados de alguma forma.
O que parece estar funcionando mais adequadamente é quando as punições são efetivas, como em alguns casos enunciados. O estabelecimento de um período máximo no poder também pode ajudar. Regimes parlamentaristas com sistemas de eleições distritais mistas parecem permitir um melhor controle dos eleitos pelos eleitores. Mas todos acabam apresentando alguns inconvenientes, que podem ser minimizados pela experiência.
Tudo isto exige estadistas de nível, um adequado sistema da formação dos dirigentes e um obsessão da população no controle dos seus representantes, não tolerando mesmo pequenos deslizes, para inibir os que ingressam na política com objetivos escusos.
Apesar de tudo isto, a política deve continuar a ser considerada entre as atividades humanas mais nobres estabelecendo mecanismos para evitar os demagogos e corruptos. Vamos ter esperanças que hajam sistemas mais adequados dos seus controles, pois parece ser da natureza humana o egoísmo.