Bancos Chineses e Asiáticos
7 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: conhecimento de poucos, dimensões dos bancos agrícolas e correios
O jornal Valor Econômico de hoje reproduz uma matéria do Financial Times de Hong Kong, escrito pelo jornalista Robert Cookson, informando que o Agricultural Bank da China está concluindo um IPO, ou seja, oferta inicial de ações recorde mundial de US$ 22,1 bilhões. As demandas nos mercados de Hong Kong e Xangai totalizaram US$ 19,2 bilhões, mas as procuras foram 10 vezes maiores em Hong Kong e 20 vezes em Xangai, demonstrando a confiança sobre estas instituições.
Os ocidentais e o público em geral pouco conhecem sobre estes grandes bancos asiáticos. No Japão, o maior banco é o Norinchukin, também um banco agrícola, sendo superado pelo Correio japonês que capta recursos populares. É o que acontece na França, por exemplo, com o Credit Agricole e os Correios de alguns países europeus que efetuam toda a classe de operações bancárias.
Ainda que os bancos comerciais de todo o mundo efetuem uma ampla divulgação destas atividades, os bancos agrícolas e dos correios são captadores de poupanças populares dos agricultores e do pequeno público, que acabam representando volumes gigantescos e estáveis quando somados. Parte destes recursos acaba sustentando as operações de longo prazo de instituições oficiais, pois seus custos são baixos e a sua estabilidade apresenta poucas flutuações.
No caso japonês, por exemplo, os recursos dos correios sustentam, entre outros, as operações do JBIC – Japan Bank for International Cooperation, que financiam as exportações japonesas de equipamentos pesados. Sendo que o Brasil e a Petrobras figuram entre os seus maiores devedores.
Até os empréstimos concessionais, de longo prazo e juros baixos, de governo a governo, como os que permitiram a sensível melhoria da calha do Rio Tietê, em São Paulo, ou os que financiam as obras de saneamento na Baixada Santista.
Na realidade, o setor rural da maioria das economias são geradoras líquidas de poupanças, ainda que exijam volumes gigantes de recursos para seus custeios, investimentos e principalmente comercialização, que acabam atendendo as necessidades do setor urbano. Como as indústrias e os serviços.
As medidas que estão sendo tomadas para o fortalecimento do setor financeiro passam a exigir menores alavancagens, ou seja, aumento de capital próprio, para continuar a financiar toda a economia, evitando os riscos como os que abalaram recentemente o mundo.