Conhecendo Um Pouco do Brasil – Maranhão (7)
10 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: perspectivas, presença de imigrantes, recursos naturais, tradição portuguesa, transição da Amazônia com o Nordeste, turismo
O Estado do Maranhão, com seus 331 mil quilômetros quadrados, é um dos mais privilegiados pela natureza, fazendo com que a população local não tenha que se empenhar pela sua sobrevivência. É a transição da Amazônia com o Nordeste, contando com a Baixada Maranhense, rica em lagos que proporcionam o indispensável para a alimentação de sua população, com aves que migram do Hemisfério Norte no inverno, como do Canadá, com babaçus abundantes, peixes variados.
É um Estado privilegiado por uma infraestrutura como a ferrovia que vai de Carajás para o porto de Itaquí, uma das melhores do mundo, com excelente porto de maior profundidade natural, cortado pela Belém-Brasília, terras e topografia adequada para explorações agrícolas empresariais.
Perguntei uma vez a um dos seus mais importantes dirigentes políticos por que não utilizávamos todas estas condições para se tornar uma das mais importantes regiões de abastecimento agrícola do mundo. Ele, que era maranhense, retrucou-me, se eu iria providenciar a vinda dos que iriam trabalhar… Se a natureza oferece demais, o povo não se dedica profundamente ao trabalho, só se volta para se beneficiar das benesses governamentais.
Hoje, o Estado do Maranhão vem sendo crescentemente ocupado dos grandes agricultores oriundos do Sul do País, e até do exterior, para produções mecanizadas, aproveitando a pluviometria adequada e a topografia conveniente, desmatando parte substancial do que era a antiga floresta amazônica. Até as suas fronteiras com o vizinho Piauí, onde as precipitações são mais baixas, a água disponível é adequada.
O seu rico litoral começa a ser mais bem explorado, tendo um potencial apreciável. As suas riquezas naturais, como os Lençóis Maranhenses, começam a se tornar famosas internacionalmente.
Dizem que no Maranhão se fala o melhor português do Brasil, e as marcas deixadas pelos portugueses não se restringem aos azulejos. Da sua época áurea, quando foi fornecedora de algodão para o mundo, ainda restam alguns investimentos em infraestrutura urbana feita pelos ingleses.
É um Estado que tem tudo para se tornar economicamente mais importante do que já é. Mas seria conveniente estimular um pouco mais de trabalho e reduzir a procura das benesses oficiais.