Inevitável Superação da Economia Japonesa pela Chinesa

31 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: PIB chinês e japonês, ritmos diferentes. dimensões | 2 Comentários »

Era inevitável a superação da economia japonesa pela chinesa, que passa a ser a segunda no mundo, não demorando muitas décadas para superar a dos Estados Unidos. Por qualquer critério aceitável que seja utilizado, ou da PPC – Paridade do Poder de Compra ou dos preços consideram os câmbios, o valor adicionado chinês vem crescendo a um ritmo em torno de 10% anuais, enquanto os japoneses mal conseguem um resultado positivo.

Evidentemente, as dimensões geográficas e as populacionais são muito diferenciadas, estas últimas de cerca de 10 vezes, o que ainda proporciona grandes diferenças na renda per capita ou no nível de bem-estar. No entanto, o PPC mostra quanto é possível adquirir, por exemplo, com US$ 1.000 em ambos os países, e se verifica que o mesmo proporciona aos chineses uma grande vantagem, pois o custo de muitos serviços e mercadorias é significantemente mais barato na China.

A economia japonesa, pelo seu estágio maduro, dá vários sinais que não consegue ganhar maior dinamismo, mesmo com os esforços que estão sendo feitos pelo governo como pelo setor privado. Registra décadas de crescimento modesto, inclusive agora de redução de sua população e seu longo envelhecimento relativo, enquanto a China, com seus muitos problemas a serem superados, consegue galvanizar a quase totalidade de sua população, dentro da orientação geral do seu governo. Hoje, a China procura aproveitar as qualidades das suas muitas estatais, das regiões que compõem o país, adotando políticas pragmáticas com relação a Hong Kong, a Taiwan e até os chineses residentes no exterior, como Cingapura e todo o Sudoeste Asiático, onde constituem a sua elite.

Muitos chineses residentes em outros continentes do mundo sentem-se participantes deste processo de desenvolvimento, dispostos a dar a sua colaboração, conseguindo lucros expressivos. É preciso recordar que a China estava relativamente atrasada com relação ao resto do mundo somente seus últimos 150 anos, notadamente depois da revolução industrial que começou na Europa.

Existem muitos problemas que tendem a se agravar com este ritmo de crescimento, que pode arrefecer um pouco, mas seus dirigentes mostram-se capazes de superar, com a velocidade permitida por um sistema autoritário de partido único, os mesmos na medida em que vão apresentando, havendo até maior autonomia política em nível regional. Mesmo nas questões dos direitos humanos, nota-se um empenho ao que é aceito mundialmente, mesmo havendo divergências amplas até internamente. Os problemas de poluição estão sendo enfrentados, dentro do possível.

Tecnologias e recursos humanos indispensáveis continuam sendo gerados em escala impressionante, nem sempre respeitando os direitos de propriedade reclamados por grupos estrangeiros, que não possuem o poder de enfrentamento diante da força chinesa. Está se consolidando uma respeitável classe média chinesa e se preparando para tirar o melhor proveito das jovens lideranças que continuam oxigenando suas gigantescas instituições, quer privadas como públicas.

Quem duvidar que este processo vá acabar encontrando obstáculos insuperáveis pode estar cometendo um erro de avaliação, pois os chineses contam com flexibilidade para efetuar as adaptações indispensáveis numa velocidade razoável, dada as suas dimensões.

E os benefícios deste desenvolvimento acelerado vão se estendendo para seus vizinhos, até os mais pobres, cujos salários reais já começam a se elevar. Há muito que se aprender desta experiência chinesa.