Korean Food, The Impression
30 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: exemplo do comportamento coreano, harmonia, saudável, simplicidade, um livro imperdível
Diz o velho ditado que o ferro é malhado enquanto quente. Tive a rara felicidade de adquirir o livro “Korean Food, The Impression – Mixing, Whapping, and Immersing: Meddling Foods Together”, cuja primeira edição acaba de ser lançada no primeiro de julho último, em Seul. Seu prólogo foi escrito por O Young Lee, primeiro-ministro da cultura da Coreia do Sul, e patrocinada nada menos que pelo KB – Kookmin Bank e pela POSCO, a coreana que é uma das maiores siderúrgicas asiáticas. Dá um exemplo da forma coreana de atuar, algo como a Korea Inc. que mistura interesses nacionais, empresariais e culturais.
Comentei neste site a surpresa de que fui tomado no restaurante Sanchon, em Seul, mas o livro sobre a sua culinária budista dos templos coreanos está somente disponível em idioma japonês. Mas neste recente livro, em inglês, há também referências a esta culinária e mais outras, provendo os interessados em gastronomia enriquecerem, além de reverem, os conceitos sobre a culinária coreana moderna. Há uma explícita proibição de qualquer reprodução da mesma, sem autorização, e esta matéria fica sem ilustração, mas acredito que o livro estará logo disponível pelos meios usuais da internet.
O que fica evidente é que esta vasta culinária coreana moderna é simples, com muita harmonia e visa ser saudável. Ressaltando os sabores das matérias-primas utilizadas, que é um dos objetivos da boa culinária de qualquer origem. O livro faz uma apresentação desde a culinária real e aristocrática, com mais de meio milênio de tradição.
Mas também do que pode ser encontrado na rua, nas barracas, como se encontra em qualquer grande cidade de todo o mundo, que nunca deve ser perdido, pois dá uma ideia da preferência popular. Bem como da adaptação coreana ao estilo ocidental, nas grandes metrópoles, onde se encontra a melhor gastronomia. A sua base foi aperfeiçoada nos muitos templos coreanos.
O livro relata desde os aperitivos que podem ser encontrados nos melhores bares coreanos, para acompanharem as bebidas. Como os pequenos lanches que podem ser feitos em refeições ligeiras, e até a fusão da culinária coreana com o que pode ser apreciado em bons cafés. Aliás, pode se constatar que estas adaptações fazem com que a culinária coreana no Japão, por exemplo, seja totalmente diferente da encontrada no país de origem, ainda que tenha as raízes da original, como as marcas do apimentado kimchi e dos inúmeros grelhados de todos os tipos.
Sente-se a natural influência da culinária chinesa como a japonesa, vizinhas, mas com uma leitura própria coreana, que a diferencia na sua base, como os intensos usos do ginseng, e outros elementos medicinais.
Há também um capítulo que se refere às sobremesas que reportam às tradições coreanas. Portanto, trata-se de um livro precioso, com ricas ilustrações e receitas de muitos dos pratos apresentados.