Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Pesquisa Tankan e Dados Posteriores

2 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: editorial do Nikkei, pesquisa do Bank of Japan, quatrimestral

O Bank of Japan, o Banco Central do Japão, acaba de divulgar sua pesquisa chamada Tankan, que reflete o clima existente entre as grandes empresas japonesas, considerada como das mais importantes pelos analistas econômicos. Baseado no primeiro quadrimestre do ano, o seu índice básico reflete uma reversão para uma perspectiva ligeiramente otimista quando comparada com o anterior.

No entanto, o editorial do respeitado jornal econômico Nikkei já divulgou que dados posteriores de junho revelam uma total, nova e rápida reversão do quadro internacional, recomendando uma análise mais cuidadosa do Tankan, que apresenta uma defasagem natural. A ligeira desaceleração que se observa na China como na Índia, a crise do endividamento público na Europa, os resultados modestos nos Estados Unidos e nova queda no nível de emprego, e a incapacidade das economias emergentes compensarem o quadro mundial, confirmam que o quadro se alterou novamente, não permitindo um otimismo empresarial como seria desejável.

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Apesar da confiança empresarial, o quadro mundial não permite otimismo (Foto: Nikkei)

Este é um problema que o Banco Central do Brasil também enfrenta. Suas pesquisas são baseadas demasiadamente nos dados passados, quando o quadro econômico mais recente já se alterou. O Fed norte-americano dá mais ênfase aos chamados indicadores antecedentes, que procuram detectar indicações do que se espera para o futuro próximo. Como a carteira das encomendas das empresas de equipamentos destinados para os investimentos, a demanda de produtos de embalagens para os produtos industriais e outros aspectos do lado real da economia, referentes ao que se espera para o futuro.

Os economistas tendem a ser mais pessimistas que os empresários, mas as formações de bolhas devem ser cuidadosamente analisadas. Os dados setoriais ainda estão divergentes no Brasil, mas no mundo desenvolvido todos os que se relacionam aos investimentos futuros parecem agora mais cautelosos.

O setor financeiro continua ganhando, até com o aumento das flutuações, mas aqueles que trabalham com o lado real da economia, ou que atuam de forma defasada no mercado financeiro e de ações, devem estar atentos às mudanças que já estão em andamento, mesmo se evitando o pessimismo exagerado. No momento, o otimismo é que pode apresentar riscos, para os que não são especialistas em operações em quadros em mudança.

Estas recomendações não estão baseadas somente nos sentimentos que são relevantes, mas em dados objetivos e reais, que todos gostariam que fossem mais promissores.