Toshiba Considera o Mercado dos Emergentes Importante
5 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: mercado de semicondutores, papel dos países emergentes, usinas atômicas
Numa entrevista concedida pelo presidente da Toshiba, Norio Sasaki, ao jornalista Ikuo Saijo, do jornal Nikkei, apresenta algumas informações de elevado interesse. Confirma-se que o mercado de semicondutores neste ano foi brilhante para seus produtores, pois alguns pequenos e médios concorrentes encerraram suas atividades durante a crise, enquanto a demanda cresceu em função de novos produtos eletrônicos lançados no mercado como “memórias flash para smartphones”. Paralelamente, informa-se que a Copa do Mundo demandou por mais televisores do foram produzidos, por falta de componentes.
Norio Sasaki anuncia que para se atingir uma meta de crescimento de 7 a 8% de vendas anuais nos próximos três anos depende de receitas a serem obtidas nos mercados emergentes, pois os mais industrializados continuam crescendo modestamente. Além dos setores pesados, a Toshiba procura consolidar-se nos mercados tradicionais de equipamentos eletrônicos leves.
Ele informa que no Japão, para atender a demanda, tiveram que trabalhar tanto no Ano Novo como na semana do chamado Golden Week, quando uma série de feriados proporciona oportunidade para os empregados efetuarem viagens para visitar parentes ou conhecer novos lugares.
No passado, o crescimento da demanda resultou em investimentos simultâneos de diversos concorrentes, que saturou o mercado. Mas ele acha que agora todos estão mais especializados no que fazem melhor, deixando de tentar abranger todos os tipos de semicondutores. A Toshiba e a Samsung coreana controlam 80% do mercado mundial de semicondutores, e está pressionada pelo governo brasileiro para instalar uma unidade no Brasil, o que pode acontecer num prazo mais longo, em algum segmento.
Sobre usinas nucleares, a Toshiba também encara os mercados emergentes, principalmente asiáticos, pois não possuem outras fontes de energia de que necessitam, como no caso da Índia.
Norio Sassaki pretende que o novo governo japonês, reforçado pelas próximas eleições na Câmara Alta, confirme o suporte para o setor privado, como a redução dos impostos sobre as empresas.