Avanços ou Retrocessos Provocados Pelas Novas Tecnologias
30 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: casos japoneses e coreanos, simplificações dos ideogramas chineses, usos de tecnologias
Sempre que novas tecnologias são introduzidas no mercado para o amplo uso por um grande número de seres humanos, levanta-se a questão se elas estão sendo benéficas ou causando problemas. Todos sabem que os humanos utilizam somente um pequeno percentual dos seus neurônios, e que desafios costumam provocar a utilização de partes que continuam desativadas.
Quando no idioma chinês os intelectuais necessitam conhecer cerca de 40.000 ideogramas e os japoneses cerca de 10.000, muitos encaram estas dificuldades como negativas. E acabam provocando simplificações como ocorreu com as grafias silabáticas no idioma japonês ou coreano, similares aos existentes no ocidente. Recentemente, os chineses simplificaram muitos dos seus ideogramas, com a alegação que isto facilitaria a popularização de sua cultura.
Alguns se opõem a estas inovações por entenderem que os chineses, ao serem obrigados a utilizar mais os neurônios quando estão sendo alfabetizados quando jovens, acabam ficando com o seu aparato cerebral mais desenvolvido que os demais povos, sendo capazes de reconhecer maior variedade de sons e imagens, entre outras habilidades.
As dificuldades ou facilidades parecem estar sendo multiplicadas pela ampla disponibilidade de equipamentos eletrônicos, como celulares que permitem escolher ideogramas entre muitas opções. Para informação dos ocidentais, tanto no japonês como no chinês, os computadores recebem inputs silabáticos, que oferecem opções de ideogramas de diferentes sentidos, pois existem muitas palavras foneticamente idênticas.
Surgiram recentemente discussões sobre as mudanças do sistema educacional japonês que tornaram os programas das aulas mais flexíveis tentando preparar os estudantes para todos os amplos desafios oferecidos pela vida, como os adotados há décadas na Inglaterra. Há os que preferem os sistemas mais tradicionais, como as escolas que continuam impondo uma educação mais rigorosa, quase espartana, do tipo germânico tradicional. Muitos se queixam que os estudantes são diplomados sem saberem nada, como ocorre com as promoções automáticas no Brasil.
Sempre haverá controvérsias sobre estes assuntos, com alguns preferindo uma determinada orientação, outros diferentes. Sou daqueles que preferem uma formação mais humanitária, do tipo europeu, à exagerada especialização, decorrente da departamentalização do conhecimento de influência norte-americana.
Como na maioria das coisas, a virtude pode estar no meio, mas vamos respeitar os que preferem outras orientações, pois com todos os pesares a humanidade continuará evoluindo, ou para os mais pessimistas, involuindo.