Comando Centralizado na China
27 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: a orientação geral continua sendo do Partido, artigo no jornal Nikkei, o exemplo do Banco Central
Um interessante artigo publicado ontem, dia 26 de agosto, no jornal econômico japonês Nikkei dá um exemplo da diferença na condução da política econômica chinesa com o que ocorre em outros países similares. Reconhecendo a importância que hoje o People´s Bank of China, o banco central daquele país tem nas finanças internacionais, informa-se no artigo como o seu comportamento é diverso.
Em meados de julho passado, quando a vice-governadora daquele banco central, Hu Xiaolain, publicou cinco ensaios em que ela admitia que o Yuan pudesse sofrer uma valorização excitou todo o mercado mundial, que pensou que se tratava de uma sinalização desta possibilidade. Mas os analistas melhores informados sabiam que os executivos daquele banco não tinham este poder.
Quando da reunião do G-20 em Toronto, no Canadá, Zhou Xiaochuan, governador do Banco Central da China, apareceu ao lado do presidente Hu Jintao, o que não é usual tanto no Fed norte-americano como no Bank of Japan. Eles são independentes do Executivo, e as decisões do Banco Central não são politizadas. Na China, o Banco Central está subordinado ao State Council, encabeçado pelo premiê Wen, e consequentemente ao presidente Hu Jintao.
A política monetária chinesa está intimamente ligada ao Estado. Quando o governo chinês informou que determinada região teria prioridade no seu desenvolvimento, imediatamente o Banco Central estabeleceu formas de apoiar esta política. Seu presidente é, ao mesmo tempo, a cabeça do Partido no Banco Central. Ele é somente um dos 180 membros do Comitê Central do Partido, havendo muitos acima de sua hierarquia, como os 25 membros do Politburo.
O Banco Central pode propor formas de atuação, por exemplo, para coibir o processo inflacionário, mas a decisão é do partido, que rejeitou recentemente a medida, pois estava preocupado com o nível de desemprego, que poderia provocar um problema social.
Alguns imaginam que o Banco Central poderia ter maior liberdade para tomar medidas, mas o Partido Comunista Chinês ainda mantém um firme controle da política econômica, indicando que este prospecto ainda está muito distante.