Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Grandes Conglomerados Coreanos e a Concorrência

31 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: CADE no Brasil, conglomerados coreanos, pequenas e médias empresas | 2 Comentários »

A grande maioria dos economistas admite que a concorrência seja um importante mecanismo para promover o desenvolvimento de qualquer economia. No caso da Coreia do Sul, adaptando um modelo que foi aplicado no Japão no final do século XIX e começo do século seguinte, estimulou-se a formação de grandes conglomerados, de base familiar, que procuravam aproveitar as economias de escala. O jornal coreano JoongAng Daily, num artigo escrito pelo jornalista Lee Eun-joo com o título “Tycoons may be invited to meeting”, informa que está se fazendo um esforço recente para um equilíbrio maior com as pequenas e médias empresas.

Todos sabem que na Coreia, grupos como a Samsung, LG e Hyundai e outras poucas são extremamente importantes, atuando junto com as autoridades para se manterem competitivas no mercado internacional. São adaptações das japonesas, como a Mitsubishi, Mitsui, Sumitomo e outras que desempenharam um papel importante na recuperação da economia japonesa no pós-Segunda Guerra Mundial.

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Muitas pequenas e médias empresas são suas fornecedoras ou subcontratadas para o desempenho de determinadas funções. E as autoridades coreanas anunciam que desejam reduzir as distâncias que as separam, pois sempre existe a possibilidade de oligopólios ou oligopsônios, ou sejam, poucas empresas, impossibilitando a concorrência saudável.

Por enquanto, informa-se que as autoridades coreanas estão convidando representantes destes grupos para uma troca de ideias. Mas sente-se que desejam proporcionar maiores ganhos também para as pequenas e médias empresas que podem ser inovadoras, concorrendo com os grandes centros de pesquisas destes aglomerados.

Como elas são grandes compradoras, as condições impostas aos seus fornecedores podem ser exageradamente desequilibradas. Para tanto, existe uma Fair Trade Commission, evitando uma polarização entre as gigantescas e as demais.

Pretendem que haja uma cultura de “ganha-ganha”, onde as partes tenham vantagens recíprocas, com maior consciência da responsabilidade social. Esperam que os pagamentos sejam feitos para os pequenos fornecedores num prazo máximo de 60 dias.

No Brasil, também existe o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, para examinar principalmente os casos de aquisição de empresas do mesmo setor, provocando uma exagerada concentração. Muitos pequenos fornecedores se queixam das grandes e poucas cadeias de supermercados, por exemplo, que acabam impondo condições absurdas para os fornecedores, tanto em termos de preços como condições de pagamento. Nem os produtores nem os consumidores acabam sendo beneficiados, e mesmo pequenas cadeias de lojas são subsidiárias controladas pelas poucas grandes cadeias.

Ainda que se persiga a eficiência, aproveitando a economia de escala, as ações exageradas podem levar a danos para toda a sociedade.


2 Comentários para “Grandes Conglomerados Coreanos e a Concorrência”

  1. renato
    1  escreveu às 18:51 em 28 de dezembro de 2010:

    Quais são as maiores firmas do ramo de alimentação na Coréia, no Japão e na China?
    Renato Monteiro
    Curitiba – Paraná
    E-mail: [email protected]

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 00:18 em 29 de dezembro de 2010:

    Caro Renato Monteiro,

    Obrigado por acessar o nosso site. A sua pergunta é dificil de ser respondida, pois nos três países asiáticos citados existem grandes conglomerados que trabalham no ramo de alimentação. No caso da China é uma estatal que trabalha tendo como foco principal os cereais, no Japão também existem as General Trading Companies como a Mitsubishi, Marubeni, Itochu e outras que trabalham com commodities agrícolas, e na Coreia também os conglomerados como a Hyundai são poderosas no setor de alimentação. Seria necessário distinguir qual a área específica do ramo de alimentação, que é bastante generico. As Camaras de Comércio destes países, ou as Embaixadas poderiam dar indicações mais seguras. Se se deseja contactar algumas, a Anpex pode ajudar, como o Banco do Brasil.

    Paulo Yokota