Kaiseki Ryori do Hyotei de Kyoto em São Paulo

31 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: ryotei, tentativa de Shinya Koike, uma experiência inédita

Poucos bons apreciadores da melhor culinária japonesa tiveram a oportunidade de conhecer o que é um “ryotei”. Muito mais que um restaurante, é onde a mais refinada cultura japonesa é apresentada, em todos os seus aspectos. Vai desde a construção, os jardins, os serviços, as cerâmicas utilizadas, onde é possível ter a companhia de verdadeiras “geishas”, apreciando um “kaiseki ryori”, ou seja, a sequência de pratos bem elaborados, da mais refinada culinária nipônica. Estes “ryoteis” estão se reduzindo até na tradicional Kyoto, antiga capital do Japão.

Seus custos não são baixos, e as verdadeiras “geishas”, umas que mantêm uma conversa inteligente como autênticas cortesãs, outras que apresentam bailados clássicos, outras que tocam o “shamisen”, todas com longos anos de treinamento, estão rareando. As empresas japonesas não podem arcar com as despesas de um bom jantar, na crise que já as afetam há muitos anos.

Acesse o site http://hyotei.co.jp e veja algumas imagens

O que o chef Shinya Koike, presidente da Comissão de Culinária Japonesa, está tentando é concretizar a estada de um chef deste consagrado ryotei em São Paulo, nos próximos meses, com razoáveis chances de sucesso. É possível que diversas iniciativas semelhantes possam se efetivar no futuro próximo, pois o interesse dos japoneses sobre o Brasil está se elevando.

As autoridades japonesas entendem que uma das melhores formas de divulgar a cultura japonesa é pela universalmente apreciada culinária japonesa. E existem alguns patrocinadores japoneses e brasileiros que podem arcar com os seus custos, ao lado do suporte oficial do Japão. Existem também escolas de culinária de prestígio que estão intensificando este intercâmbio com o exterior, além de um público interessado naquilo que apresenta elevada qualidade, que acabará influenciando os demais estabelecimentos que trabalham com a culinária japonesa.

Não se trata de um projeto fácil, pois exige profundos conhecedores da culinária japonesa que possuem relacionamentos para concretizar os muitos patrocínios indispensáveis, pois seus custos não podem ser arcados somente pelos clientes. São necessários materiais para esta culinária, utensílios adequados, bem como instalações ainda que não sejam comparáveis com os melhores ainda disponíveis no Japão.

Mas são desafios que precisam ser enfrentados, com o apoio de todos, para que também os grandes profissionais japoneses conheçam as diversidades brasileiras que podem ser utilizadas nas “fusions” que ocorrem na modernização e globalização da culinária nipônica.

Passo por passo, com muito empenho e paciência, vão se concretizando as medidas para aperfeiçoar a culinária japonesa disponível no Brasil. Salve esta diversidade.