Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Salários Sobem na China

19 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: diferenças regionais, salários em alta, salários mínimos

Um interessante artigo publicado no China Daily noticia que muitas províncias chinesas estão estabelecendo e elevando os seus salários mínimos, acompanhando a tendência da remuneração dos trabalhadores naquela economia. Muitas das empresas estrangeiras que se instalaram naquele país visavam tirar partido dos baixos salários da China, principalmente no litoral. Mas algumas estão sendo obrigadas a se transferir para o interior, onde ainda existe um excesso de mão-de-obra, e os salários ainda se mantêm mais baixos.

Outras empresas estão deixando a China para se instalar em outros países do Sudeste Asiático onde a oferta de mão-de-obra ainda é abundante, oferecendo salários mais baixos, sem uma adequada legislação trabalhista, principalmente previdenciária.

Salários na China

Com o rápido desenvolvimento que continua ocorrendo naquele país, os trabalhadores qualificados estão tendo substanciais aumentos dos seus rendimentos, e algumas pesquisas já indicam que no nível gerencial chegam a US$ 10.000 mensais. No entanto, os que exercem meras atividades braçais continuam tendo um mínimo de cerca de US$ 80, chegando em Xangai a cerca de US$ 160.

Mas deve-se reconhecer que não existe uma adequada legislação trabalhista, nem uma cobertura de saúde quando ocorrem acidentes ou são aposentados. As famílias tradicionais chinesas procuravam assistir os mais idosos, mas os jovens atuais não se consideram capacitados a proporcionar a mesma assistência.

Por outro lado, é preciso considerar que os custos destes assalariados são extremamente baixos, e os economistas procuram utilizar o chamado poder de paridade de compra, pelo qual comparam salários internacionalmente. Não usam o dólar norte-americano, pois o câmbio e o custo de vida em cada localidade acabam sendo bem diferentes.

Assim, o mesmo dólar pode, por exemplo, proporcionar uma capacidade de aquisição de bens de cerca de 10 vezes com relação ao Brasil, até por que o padrão de consumo a que estão acostumados os operários chineses é bem baixo. Moram em residências pequenas e modestas, seus custos de transporte e vestuário são baixos, a alimentação simples é de custo ínfimo.

O que parece relevante é que estes salários todos estão se elevando, bem como alguns serviços oferecidos pelo governo. O transporte tem melhorado, e a assistência médica simples também, como a educação igualmente.

Considerar que os chineses continuam pobres pode ser um grande engano, pois a sua classe média já é calculada em cerca de 600 milhões de pessoas, quando os brasileiros giram em torno de 30 milhões.