Um Terço Dos Ativos das Empresas Japonesas no Exterior
2 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: ativos no exterior, empresas na Bolsa de Tóquio, mudanças rápidas
O jornal econômico japonês Nikkei apresenta um artigo relatando que um terço dos ativos das empresas japonesas listadas na bolsa de Tóquio já está no exterior. São instalações industriais e todos os seus ativos, estando com dificuldades para diferenciar os resultados obtidos no exterior e no Japão. É preciso entender que muitas, como as instaladas na China, não obtêm resultados naquele país, mas exportam para o Japão e outros países, obtendo lucros no comércio internacional e nos países onde colocam suas produções.
Como consequência, o emprego no Japão não cresce, mas os resultados obtidos no exterior, que ainda não são elevados, representam rendas para os investidores japoneses, ou são destinados para novos investimentos ou ampliações dos já existentes. Há casos, como o da Honda, em que este percentual já supera a 70%, passando a ser uma empresa multinacional, e não exatamente japonesa, onde continua gerando tecnologias novas.
Fábrica de tratores da Kubota na Tailândia
Este fenômeno está ocorrendo com os novos investimentos nas plantas no exterior, a aquisição de empresas em outros países, principalmente empresas nos emergentes, e a apreciação do câmbio japonês. Informa-se, inclusive no Banco do Brasil, que até as famílias japonesas estão investindo no exterior, pois conseguem resultados mínimos no Japão, obtendo melhores remunerações no exterior, inclusive na Austrália ou no Brasil. No entanto, correm os riscos cambiais.
Como exemplos, a Shiseido, do setor de cosméticos, e a Kubota, do setor de tratores, já superam os 50% de atividades no exterior. E a Nippon Sheet Glass, do setor de vidros planos, é das mais elevadas com 85% de suas operações fora do seu país. Olympus, do setor de equipamentos ópticos, e a Japan Tabacco, na área de cigarros, já atinge a 70%.
A automobilística Nissan, a de cristais Hoya e a TDK de fitas de cassetes chega a contar com 87% da sua mão de obra no exterior, havendo a Mitsumi Eletric empregando 32.800 empregados chineses.
Há, portanto, um acelerado processo de internacionalização destas empresas japonesas, esperando que tenham um forte enraizamento local, utilizando executivos que estejam ajustados às condições específicas de operação, que diferem das japonesas.