Maior Controle da Produção Agropecuária

2 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: incertezas climáticas, novas tecnologias, redução dos riscos | 2 Comentários »

Se existe uma atividade econômica fortemente sujeita aos humores climáticos, esta é certamente a agropecuária, sempre sujeita à falta de chuvas como seus excessos. Percorrendo o Brasil atual, sente-se ainda o impacto destas adversidades. Mas a humanidade vem desenvolvendo tecnologia para reduzir os riscos inerentes às estas atividades, quer pelo uso de irrigação, “vinil house”, ou estufas, quer pelo aperfeiçoamento de variedades que suportam estas limitações por mais tempo, por serem mais resistentes.

Sempre houve resistências para estas inovações, como quando o Brasil importou e cruzou os zebuínos indianos com o gado local. Ou quando passou a utilizar o eucalipto para reflorestamento e produção de madeiras, celuloses ou papéis. Mesmo quando introduziram variedades de gramíneas mais resistentes para as pastagens nacionais, como os provenientes da África.

Na liderança destas inovações mais recentes, figura a Embrapa com maior destaque. Os seus variados centros de pesquisa espalhados pelo Brasil conquistaram a credibilidade das autoridades e dos agropecuaristas, notando-se por todo o lado a sua contribuição.

Este tipo de desenvolvimento tecnológico não ocorreu somente no Brasil, mas quando Israel, por exemplo, tinha que contar com uma agricultura em solos e climas hostis acabou por utilizar os seus “kibutzs” para cultivar frutas com o mínimo de consumo de água. Mesmos nas regiões mais gélidas ou montanhosas, acabou-se encontrando formas de viabilizar a produção indispensável de alimentos.

O intercâmbio internacional destas experiências é de extrema importância, pois os problemas existentes em cada região diferem dos demais, constituindo um ecossistema por si só. Por exemplo, no cerrado brasileiro, a própria natureza encarregou-se de desenvolver variedades que resistem às queimadas que ocorrem com frequência em decorrência do clima seco por um longo período.

Estes desafios são constantes para os cientistas e superar estas limitações permite acumular conhecimentos que vão se transformar em tecnologias de produção. Muitos ciclos dos vegetais foram abreviados, os mesmos solos produzem mais que uma safra com o uso de pivôs centrais.

Hoje, chega-se a produzir vegetais sem o uso do solo, como nas técnicas hidropônicas. E novas variedades de alimentos estão sendo descobertos, como no mar, inclusive como biomassas para a produção eficiente de energias renováveis e limpas.

O Brasil, que sempre importou muito destas tecnologias, passa agora a ter um papel ativo, como na África, com prioridade na que fala a língua portuguesa, sabendo que as condições naquele continente diferem das encontradas no nosso país, nas suas mais variadas regiões.