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Áreas Conservadas de Grandes Metrópoles Como Tóquio

1 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: localidade de Shibamata, recantos conservados, reflexo do espírito japonês

Mesmo as grandes metrópoles, como Tóquio, preservam pequenos recantos que encantam os mais saudosistas, em cujas memórias ainda restam lembranças dos conhecimentos que foram absorvidos na infância. Quando os turistas procuram bairros da chamada “cidade baixa”, onde se originou a atual Capital japonesa, procuram os mais conhecidos como Asakusa ou Ueno. Mas são nos pequenos recantos, como Shibamata, é que ainda se encontram traços do mais autêntico espírito japonês.

Um artigo publicado no The Japan Times, de Kit Nagamura, reaviva algumas destas memórias que todos nós carregamos, ainda que sejam de outras localidades e diferentes épocas. Ele reporta uma visita à Shibamata, que ainda resta nas lembranças daqueles que tiveram a oportunidade de ver alguns dos filmes do “Tora-san”, dos 48 que foram filmados entre 1969 a 1995, lembrando até alguns doces japoneses ainda encontrados em algumas lojas do bairro da Liberdade em São Paulo.

mapa Jardins de Yamamoto Masanobu Sonoda sob um releveode dragão em sua loja

Andando pelas ruas de Shibamata, ela encontrou tawashi, escovas de fibras vegetais que são utilizadas para limpezas de legumes como do corpo humano. Sakura, cerejeira, era o único nome que constava do seu meishi (cartão de visita), com o rosto como era amado por Tora-san, mas nunca materializado na série “Otoko wa Tsurai Yo” (É duro ser homem).

No Haikara, um dagashiya (loja de doces baratos), ela encontrou uma bala do estilo 1960, ume (geléia de ameixa) e sosu-sen (espécie de biscoito de arroz com molho), e outros produtos como se fossem liquidações de décadas decorridas. Kusa-dango (bolinho doces com ervas), tsukudani (conservas como aperitivos), sembei (bolachas de arroz) foram encontrados em outras lojas, tudo que desperta lembranças do passado.

Numa loja Matsuya Ame, ela encontrou doces que eram apreciados pelos estudantes, algo como puxa-puxa, baratos, com a advertência do vendedor de cuidado com os dentes (pode arrancar uma obturação). Artesanatos de bom gosto podiam ser encontrados, como os guarda-sóis coloridos.

Algumas visitas poderiam ser feitas, como no Yamamoto-tei, onde certamente um fino restaurante servido por geishas já funcionou, preservando o sukiya-style, construções de madeira com janelas de papel arroz, utilizados para casas de cerimônia de chá. O jardim era considerado entre os cinco mais importantes do Japão, superando o famoso de Quioto, o do Katsura Imperial Palace.

Como é bom saber que, mesmo em Tóquio, existem ainda recantos como estes que devem ficar na lista das próximas visitas ao Japão.