Concorrência do Trem Rápido no Brasil
20 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Trem Rápido | Tags: as dificuldades, japoneses e franceses não participam da concorrência, proposta coreana | 2 Comentários »
O jornal econômico japonês Nikkei informa que o consórcio que seria formado para disputar a concorrência do trem rápido brasileiro que ligaria Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, liderado pelas grandes empresas como a Mitsui, Mitsubishi Heary, Hitachi e Toshiba, não pretende mais concorrer ao projeto. A mesma notícia informa que os franceses, liderados pela Alston, segundo informações coletadas na embaixada francesa em Brasília, também não participaria da disputa. Eles alegam que o engajamento do governo brasileiro não foi suficiente para reduzir o risco do projeto, caso a demanda por parte dos passageiros não seja tão alta como a prevista nos estudos iniciais.
Restaria o consórcio coreano, liderado pela Korea Railroad que continua trabalhando ativamente, pois pretendem que este projeto brasileiro os qualifique para os outros futuros que disputarão nos Estados Unidos.
Mapa com o trajeto do trem rápido
Como o edital de concorrência estabeleceu como critério de escolha a tarifa mais conveniente, os consórcios que contam com equipamentos com eficiência comprovada, por longos anos de uso, mas que possuem custos elevados, não se sentem à vontade para assumir compromissos de operação que se estendem por 40 anos.
Se os chineses, que estão implantando muitas linhas ferroviárias rápidas no seu país, com custos baixos e rápida implantação, não disputarem esta concorrência, e tudo indica que ainda não estão suficientemente preparados nos seus estudos preliminares, há uma possibilidade que os coreanos sejam os únicos concorrentes, e já são considerados os favoritos.
Há notícias que os grandes fundos de pensões das estatais brasileiras pretendiam aguardar o resultado da concorrência para depois aderirem com seus recursos, mas que o governo estaria induzindo a sua antecipação. O BNDES estaria preparado para conceder um volumoso financiamento para o projeto.
Os profissionais relacionados com estes projetos preveem que parte da receita dos operadores deste sistema deve ser proveniente da valorização dos imóveis próximos às estações destas ferrovias, que tendem a se tornar importantes pontos de venda, como tem se observado principalmente no Japão.
Tudo indica que o governo brasileiro pretende manter o cronograma do projeto, pois atenderia parte das demandas que ocorreriam com a Copa do Mundo e as Olimpíadas. De qualquer forma, problemas ambientais e as dificuldades naturais do grande desnível entre São Paulo e Rio de Janeiro são desafios a serem vencidos.
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Caro Henrique Teixeira,
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Paulo Yokota