Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Problema das Drogas em Todo o Mundo

27 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: exemplos asiáticos, não se pode tentar conviver, uma luta sem tréguas

Por mais assustadora que seja para a população do Rio de Janeiro e do Brasil, a decisão de um forte engajamento inclusive das Forças Armadas no combate ao crime organizado relacionado com o comércio de drogas, que chegaram a dominar algumas favelas, ela é uma imperiosa necessidade, e está recebendo o apoio dos cariocas, e deve contar com uma solidariedade nacional que vá além das palavras. Lamentavelmente, houve algumas autoridades, no passado que, diante da magnitude da tarefa de impor a ordem legal, pensaram que poderiam conviver, ainda que secretamente, com estas facções criminosas, que acabaram ganhando vulto diante da demanda existente destas drogas.

É importante ter a consciência que o maior culpado de todo o problema que enfrentamos são os consumidores de drogas, muitos que se apresentam como se fossem cidadãos dignos, com elevada posição social, até com elevado poder de corrupção.

A própria legislação precisa ser revista, impondo maior rigor, principalmente no cerceamento dos meios de comunicação dos líderes criminosos já presos, para que não continuem comandando dos presídios operações que acabam se caracterizando como um terrorismo urbano. Os direitos humanos são importantes, com prioridade para os bons cidadãos, e não para os criminosos. Ninguém é a favor da violência, mas as autoridades policiais precisam contar com o respaldo da população brasileira, com apoio legal e estarem equipados adequadamente para esta verdadeira guerra interna, que é de longo prazo.

É preciso que haja um grande programa nacional para educar a população contra o uso de drogas, principalmente dos mais ricos e famosos, que são consumidores conhecidos e contumazes, com amplas assistências para a recuperação dos viciados. É preciso que haja uma guerra nacional contra estas drogas, produzidas internamente, mas principalmente as importadas, bem como dos armamentos que dotam os criminosos com poder de fogo maior que das autoridades locais.

Muitos países asiáticos, que sofreram com drogas como o ópio, hoje são extremamente rigorosos, inclusive com portadores de grandes volumes destas drogas, ainda que aleguem ser de uso pessoal, até com alguns brasileiros presos com longas penas nestes países. Muitos países que acreditavam que a luta contra elas era insana, interminável, já chegaram a pontos considerados razoáveis, e continuam extirpar estas atividades do seu cotidiano.

Não podemos ser tolerantes, mesmo com aqueles que são considerados “leves”, pois acabam sustentando organizações criminosas que trabalham com os mais pesados, que chegam a constituir quase um governo paralelo, com alguns quistos onde as autoridades não conseguem chegar.

Não podem se resumir nas eventuais operações espetaculares que impressionam a todos. Mas um trabalho contínuo, usando o que melhor se dispõe dos serviços de inteligência. Neste final de administração federal e transição para o novo, mesmo com o risco de imagens negativas espalhadas por todo o mundo, pode se acreditar que uma decisão forte no seu combate acabará dando resultados que precisamos com vistas aos eventos de grande visibilidade como as Olimpíadas e a Copa do Mundo.

Mas, acima de tudo, o que está em jogo é o futuro dos brasileiros, que merecem um grande esforço constante, para que os jovens não sejam obrigados a trabalhar nas organizações criminosas, ou sejam vítimas inocentes de um terrorismo insano. É sempre importante lembrar que já houve, ao longo da história, países que foram dominados pelas drogas, e hoje estão com os mesmos controlados, com trabalhos como os que devemos fazer.