Séculos de História e Arte em Nihonbashi de Tóquio
17 de novembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: distrito da era Edo, marco zero de Tóquio, Nihonbashi, ponte centenária | 2 Comentários »
A poucas quadras da atual Ginza, a ponte de pedra sobre o Rio Nihonbashi substituiu, em 1911, a ponte de madeira que Utagawa Hiroshige (1797/1858) imortalizou como tema inicial de gravuras ukiyo-ê na série “As 53 vilas da estrada de Tokaido”. Agora, ela se prepara para comemorar o centenário, e contratou-se tecnologia alemã, a mesma que fez a limpeza da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, e da Praça de São Pedro, no Vaticano: a ponte está sendo purificada carinhosamente, com água quente. Centro mercantil e empresarial da antiga Edo, depois Tóquio na era Meiji, é dessa área que partiam estradas para o resto do Japão, inclusive a Tokaido ligando Edo a Quioto. Nos anos 1600, ali se abrigavam os cavalos do correio que levava e trazia notícias e cartas da época. Próxima da ponte, na margem norte do rio, está o marco zero de Tóquio, em bronze.
Gravura Ukiyo-ê Nihonbashi, de Utagawa Hiroshige
A jornalista Kit Nagamura, do The Japan Times, nos leva a um passeio de história e arte pelas ruas de Nihonbashi (Crafts meet Art in Nihonbashi). A começar pela loja/escola Ôzu Washi, na Showa Dôri: estabelecida desde 1653, foi até retratada por Hiroshige, como atesta a xilogravura no pequeno museu da loja, no segundo andar. O curador explica que a Ôzu Washi vende papel artesanal de mais de 300 artesãos de todo o Japão, e que o washi, papel genuinamente japonês, continua integrado ao estilo de vida atual no país. É usado em quimonos, lanternas (abajures), caixas, shoji (porta/janela corrediça), fusuma (porta de correr interna), cartões de visita, origami etc. No quintal da loja, um pequeno jardim mantém plantas utilizadas no processo de fabricação do papel, incluindo o kôzo, amoreira japonesa, árvore perene, de cuja casca é preparada a mistura de pasta que dá a tenacidade ao papel washi.
A jornalista, matriculada no curso, se aplica nas complicadas etapas do preparo do papel: cortar, cozinhar no vapor, descascar, lavar, ferver, purificar, até atingir o kamisuki, clímax da fabricação do washi: a mucilagem de fibras de kôzo e tororo-aoi (raiz de hibisco japonês) é espalhada sobre uma tela de malha de bambu (sugeta), para formar cada folha de papel. Depois de mergulhada várias vezes em água, as folhas são descoladas e postas a secar em pranchas de madeira. Kit Nagamura se empolga com a própria obra.
Ao término da aula, incansável, ainda visita a vizinha Edo-ya, antiga loja que fabrica e vende escovas artesanais, famosas desde 1718. São mais de 3.000 tipos de escovas para todos os fins: pintura, maquiagem, tintura de tecidos, para escovar roupas etc. São feitas a partir de cabelo humano, pêlos de bode, veado. O mestre fabricante de escovas, Tanaka-san, lidera também um grupo de preservação ambiental do bairro. Eles ajudam a organizar o Bettara Ichi, um dos mais antigos festivais de Tóquio, que acontece todos os anos em outubro, ao redor do Santuário Takarada Ebisu. O sorridente Ebisu, um dos sete deuses da fortuna, protege o mar, pescadores e negócios. Durante o festival, dezenas de barracas de variados sabores, e odores, de bettara, tsukemono de daikon (conserva de nabo japonês), mais outras comidas, atrações, e lembrancinhas do santuário trazem devotos, curiosos e turistas.
Após visitar o santuário, guiada pelo proprietário da Edo-ya, finalmente Kit se revigora com um ginger ale na chique Dalia, que serve raros blends de café, e vende artesanatos do mundo inteiro. Ao lado, o elegante ateliê 3K-Kawashima já foi o primeiro fornecedor de papel para fusuma em Tóquio a partir de 1673, e hoje é especializado em papel neo-washi para decoração de interiores pós-moderno. Tesouros do passado alavancam o presente, pedindo passagem para o futuro.
Thank you for reading my article and translating parts of it so carefully into Portuguese. Hopefully many will visit this wonderful area in Tokyo. Obrigado novamente.
Dear Kit Nagamura,
Thanks for your return. Really, yours articles are gorgeus and inform about importants aspects of life em Tokyo and Japan. As you know, South Americans knows only a little of Japan and Asia, as the Japanese about Brazil or South America. I lived in Tokyo and I worked in some regions of Asia like China, South Korea, Singapore, Malasia, Thailand, India. We need to know more each others.
Paulo Yokota