Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

China Já É Uma Assustadora Potência Militar

8 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: capacidade chinesa, lições a serem absorvidas, segurança nacional

Um competente professor de sociologia, Heraldo Barbuy, explicava em suas brilhantes aulas que havia forças dentro de uma sociedade que eram necessárias, mas que não deveriam ser utilizadas. É o caso das forças armadas, indispensáveis para qualquer país que pretenda ser realmente independente, junto com a sua capacidade de abastecimento de alimentos e de energia. Um impressionante artigo do jornalista Jeremy Page, do Wall Street Journal, publicado ontem no Valor Econômico, fala da capacidade militar chinesa atual.

Lamentavelmente, todos sabem que o mundo hoje se divide entre os que detêm a tecnologia da bomba atômica e os que não a possuem. Além disso, a China conta com uma poderosa força terrestre fortemente armada, capaz de defender todo o seu amplo território, de uma força naval que está presente nos mares asiáticos e uma força aérea cuja tecnologia foi desenvolvida a partir da transferência da mesma depois da dissolução da União Soviética.

caca

Caça J-11B

Diz-se que os chineses ficaram impressionados com o poderio aéreo exibido pelos norte-americanos no bombardeio do Iraque, e decidiram, além do que vinham adquirindo dos russos, desenvolver os seus próprios aviões militares, com turbinas próprias. Eles não querem depender das licenças concedidas pelos países estrangeiros mesmo para parte dos seus aviões.

Os russos afirmam que o J-11B é um clone do Su-27 deles. O fato concreto é que os chineses estão desenvolvendo também porta-aviões que possam operar com seus caça-jatos, como caça-navais.

São capazes de projetar e construír todas as partes necessárias para um avião. A pequena experiência brasileira com aviões militares e versões civis indica que há necessidade um espaço de tempo razoável entre o projeto e o lançamento efetivo dos diversos modelos, sendo indispensável um contínuo aperfeiçoamento, com sucessivos projetos e modelos mais avançados.

Mas não se duvida que eles tenham capacidade para isso, tanto tecnológico como financeiro, conseguindo a sua eficiência com o tempo. Já estão produzindo modelos comerciais similares aos da Embraer, mas ainda não os jatos executivos, que acabam sendo semelhantes aos militares, mas menos nervosos e desconfortáveis.

Os modernos caças militares, além de sua elevada velocidade, estão dotados de equipamentos sofisticados como radares e outros mecanismos de rastrearem seus adversários com incrível precisão, notadamente pelos calores das suas turbinas, com lançamentos de armamentos inteligentes que acompanham as possíveis manobras de fuga. Normalmente, possuem pequena autonomia de vôo.

Tudo indica que o Extremo Oriente está se tornando uma região de tensão com a proliferação de armamentos de todos os tipos, que até podem ser disparados por engano, exigindo rápidos sistemas de neutralização de potenciais ataques. É possível que uma parte dos orçamentos destes países asiáticos acabe sendo destinados para estes investimentos.