Os Investimentos Em Pesquisas e Desenvolvimentos
16 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: China, investimentos em P&D, japao, ritmo de crescimento chinês, USA
Os dados publicados por Gautan Naik num artigo no Wall Street Journal Asia informam que a China supera em 2011 os investimentos que serão efetuados em pesquisa e desenvolvimento pelo Japão, tornando o segundo no mundo, ainda liderados pelos Estados Unidos que despenderam US$ 395,8 bilhões em 2010. Eles estão baseados nos estudos efetuados pelo Battelle Memorial Institute, que pode ser considerada uma instituição insuspeita, pois gerenciam seis laboratórios nacionais para o Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Os chineses continuam aumentando seus investimentos nestas áreas, tendo despendido US$ 141,4 bilhões em 2010 e programam US$ 153,7 bilhões em 2011, enquanto os japoneses investiram US$ 142,0 bilhões e pretendem despender US$ 144,1 bilhões em 2011. Outros dados desta instituição informam que o Brasil firma-se como líder latino-americano, ainda longe dos asiáticos, pois também a Índia apresenta uma perspectiva auspiciosa.
Os dados mostram que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento já se recuperaram da crise por que passou o mundo desde 2008, mas ainda não voltaram nos Estados Unidos à tendência histórica das empresas, que devem girar em condições normais a uma taxa entre 5 a 7%, enquanto no momento encontra-se em 3,3%.
Em 2007, segundo dados do World DataBank, o Japão era o país que mais investia em pesquisa e desenvolvimento com relação ao seu PIB, próximo a 3,5%, superando os Estados Unidos e a China. Estima-se que em 2010 os três países estejam em percentuais semelhantes.
Na pesquisa efetuada pela revista da Battelle, detecta-se um processo de globalização nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Mostra que os que responderam seus questionamentos nos últimos três anos (2008-2009-2010) informam que os maiores avanços em tecnologia figuram a China em primeiro lugar, seguido da Índia, pelo Japão, pela Coreia, pela Alemanha e pelo Brasil.
A China está preparando recursos humanos capacitados a efetuarem pesquisas que darão continuidade aos recentes esforços nas suas universidades. Num programa traçado pelas suas autoridades já em 2011, calculado pelo poder de paridade de compra, deverão estar abaixo somente dos Estados Unidos. Outros asiáticos do Extremo Oriente, como a Coreia acompanham com agressividade empresarial, e o Japão apesar dos seus altos investimentos apresentam uma tendência à estagnação, como se observa em outros países desenvolvidos.
A Índia está concentrando suas atenções nos serviços e suas empresas estão adquirindo tecnologias no exterior em outros setores. No Brasil, com diferenças bem acentuadas dos asiáticos, está se estruturando as pesquisas, ainda com investimentos modestos, mas concentrado em alguns determinados setores, como a agropecuária, tecnologias relacionados à vida, energia, com pesquisas concentradas em São Paulo. Alguns investimentos privados começam a se esboçar.