O Mundo em 2011 na Visão do The Economist
3 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: revista de grande prestígio internacional, um balanço de peso, versão em português da Carta Capital
The Economist é uma das revistas inglesas mais conceituadas no mundo, e ela costuma publicar anualmente um balanço global sobre todos os continentes, os principais problemas existentes, avanços científicos, bem como as tendências que entendem do que ocorrerá nas próximas décadas. Uma versão em português foi licenciada para Carta Capital e merece a atenção de todos, mesmo que alguns analistas entendam que existe uma natural tendência liberal e democrática desta revista, que reflete muito a posição da London School of Economics, de cuja organização faz parte.
No seu conjunto, esta publicação dá a impressão que ela reflete os problemas que existem nas economias industrializadas, enquanto os emergentes ganham uma projeção acentuada, principalmente com a Índia com possibilidade de registrar um crescimento econômico superior ao da China em 2011, tendência que poderá persistir nas próximas décadas. Nota-se um mínimo de matéria relacionada ao Japão e nenhuma ao Brasil, ainda que algumas referências sejam feitas em diversos artigos.
Esta não é a única análise no mundo que destaca esta possibilidade hindu, pois a sua estrutura demográfica é mais jovem e acaba influenciando fortemente as questões de desenvolvimento a longo prazo. Evidentemente, existe uma crença que o regime hindu já tem uma longa tradição democrática, com uma forte herança da Grã-Bretanha, por ter sido uma de suas colônias, o que favorece o seu desenvolvimento, segundo os ingleses.
Apontam que existem problemas de finanças públicas, pois os diversos países fizeram substanciais esforços para saírem da recessão que se iniciou em 2008, ao lado dos encargos de uma população idosa dentro do modelo de democracia social.
Ainda que deixe transparecer as faltas de convergências na posição de muitos países, como nos problemas de desenvolvimento sustentável, bem como outros que afetam as relações entre os países, acaba adotando a posição de confiança no desenvolvimento tecnológico para superar o crescimento demográfico mundial que se aproximará dos sete bilhões de habitantes. O dramático é que mais de 60% deles estarão no continente asiático, fazendo com que o chamado Ocidente torne-se minoritário.
Muitos temas importantes são abordados por especialistas, alguns editores do próprio The Economist, além de muitos outros convidados. Inovam ao colocar a opinião de muitos sobre o que pode acontecer daqui a 25 anos, ao mesmo tempo em que registram algumas possibilidades, ainda que colocados em dúvida pelos próprios responsáveis pela revista.
De qualquer forma, todas estas respeitáveis opiniões, com uma perspectiva de longo prazo, devem ser objeto de atenção de todos os leitores, que certamente meditarão sobre os temas abordados.