Oferta de Alimentos no Mundo
14 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política | Tags: na China e no mundo, no Brasil, preços dos alimentos, pressões inflacionárias
O jornalista David Pilling, do Financial Times, publicou uma matéria importante tratando dos efeitos inflacionários mundiais decorrentes do rápido desenvolvimento econômico mundial dos países emergentes, principalmente da China e da Índia. Destaca dois grupos de produtos importantes no mundo, os alimentos e os combustíveis, fazendo citação das irregularidades climáticas que se observam recentemente em diversas partes do globo.
Na realidade, os efeitos inflacionários dos alimentos estão sendo sentidos no final do ano passado e começo deste, principalmente no que se refere aos alimentos, inclusive no Brasil, pois estas commodities são cotadas internacionalmente. Como o crescimento dos dois gigantes asiáticos vem ocorrendo há mais tempo, é possível supor-se que a oferta dos produtos agropecuários vem se comportando de forma a atender a evolução da demanda, com substancial aumento da produtividade. Os desequilíbrios recentes são da natureza dos produtos agropecuários.
Mesmo com o desenvolvimento das economias emergentes, os países industrializados ainda continuam com crescimento modesto, não apresentando uma demanda que pressione os preços. Na realidade, mesmo nos países asiáticos, há um substancial aumento da produtividade agrícola, como no exemplo da China, que está abastecendo quase 70% da demanda japonesa, inclusive de hortaliças.
Os atuais preços internacionais de commodities agrícolas são atrativos e estão estimulando o aumento do plantio em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil. Salvo irregularidades climáticas generalizadas, as ofertas de origens diversificadas devem atender a demanda, havendo alguns preços que já passaram do pico, e estão se acomodando.
No caso da energia, como o petróleo, sempre houve flutuações no mercado, e com o frio no Hemisfério Norte e a ligeira recuperação que se observa nas economias industrializadas, é possível que a atual alta se sustente por um tempo, até porque as recentes explorações estão exigindo novas e custosas tecnologias.
No caso das produções agropecuárias, as pesquisas em desenvolvimento já garantem a continuidade do aumento de sua produtividade, e nenhum prognóstico, tipo malthusiano, terá chance de estragos sensíveis. O que parece continuar alimentando as ganâncias são as pretensões do setor financeiro, mesmo com os estragos que efetuaram em 2008.