Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Reconhecimento dos Limites do Desenvolvimento Chinês

7 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: alguns reconhecimentos dos limites chineses, visita do premiê Hu Jintao aos Estados Unidos

Num artigo publicado por Frank Ching jornalista de Hong Kong, publicado no The Japan Times procura identificar alguns sinais que mostrariam que os chineses estão, aos poucos, mudando suas atitudes que poderiam ser consideradas arrogantes com o seu desenvolvimento surpreendente nas três últimas décadas. Deve se reconhecer que a China ainda não atingiu a importância econômica dos Estados Unidos nem o seu poder militar, segundo o autor. O premiê Hu Jintao está programado para visitar os Estados Unidos neste mês.

O diretor geral do departamento de Planejamento Político do Ministério do Exterior da China, Le Yucheng, reconheceu que “a China está muito atrás de muitos países desenvolvidos, quanto mais dos Estados Unidos”. O País do Meio chegou ao segundo PIB, mas ainda em termos per capita está no centésimo lugar, com 150 milhões de chineses vivendo na pobreza, segundo os padrões da ONU. A China não possui ainda porta-aviões. “Assim, nós precisamos ter um claro entendimento de nossa posição”.

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Premiê chinês Hu Jintao

O desenvolvimento chinês, embora rápido, ainda é desequilibrado. Ela precisa coordenar suas situações internas com as internacionais, administrando a estabilidade com os direitos humanos. Numa recente pesquisa efetuada pelo Global Poll Center, entre mais de 1.488 pesquisados entre os chineses, somente 12,4% consideraram a China uma superpotência.

Segundo Frank Ching, os discursos dos dirigentes chineses estão mudando. Antes eram somente dirigidos aos chineses, depois também para os amigos e agora se dirigem para todo o mundo. Não se pode duvidar que eles estejam mais sensíveis às pressões que vêm do resto do mundo, pois pretendem continuar desempenhando um papel importante no universo globalizado.

Mas não se devem aguardar mudanças radicais na sua política externa, pois um gigante como a China tem o seu tempo e precisa ir conquistando a sua própria opinião pública interna.

Os analistas, principalmente os econômicos, costumam valorizar demasiadamente o que está ocorrendo mais recentemente, na ponta dos acontecimentos. Mas o que acaba sendo relevante é o que acontece no todo, na média que é um indicador mais sensato.

Deste ponto de vista, os países emergentes, com destaque aos asiáticos, estão num desenvolvimento acelerado, mas dada a sua dimensão, ainda contam com problemas de magnitude, que necessitam ser resolvidos.

Espera-se que as tensões hoje existentes no Extremo Oriente sejam suavizadas durante o ano, com benefício para todo o mundo.