Intercâmbio do Brasil com a Índia
25 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: artigo do Valor Econômico, aumento do intercâmbio, o caso da Renuka, uma grande operadora na área do açúcar | 2 Comentários »
Muitos analistas continuam presos a ideia do intercâmbio entre países que apresentam possibilidades de complementaridade, quando o mesmo vem ocorrendo mundialmente nos setores que contam com atividades do mesmo setor. Uma interessante cobertura do Valor Econômico efetuada pela jornalista Fabiana Batista mostra que o mesmo pode acontecer entre o Brasil e a Índia até no setor agroindustrial.
Muitas multinacionais atuam em diversos países e o comércio intraempresas está estimado em torno de 50% do mundial. Assim, empresas como a Fiat produzem alguns modelos e componentes em determinados países e são intercambiados com outros produzidos em outros, reduzindo os riscos cambiais e maximizando as vantagens fiscais. Algumas indústrias de suco de laranja produzem no Brasil e nos Estados Unidos, formando estoques onde são mais convenientes, para colocarem em terceiros mercados.
Shree Renuka, jovem empresário indiano
A ampla reportagem do Valor Econômico dá uma visão das atividades do grupo Shree Renuka na Índia, onde a produtividade da atividade açucareira é baixa, bem como as quatro usinas que possuem no Brasil, mostrando as diferenças existentes. Naquele país, as usinas adquirem a cana de milhares de fornecedores, com baixa produtividade, mas possuem boa tecnologia industrial e uma reconhecida capacidade comercial.
Ele, que é um jovem empresário milionário, está aproveitando algumas das tecnologias brasileiras como a co-geração para aproveitar na Índia. A vinhaça não pode ser aproveitada como fertilizante naquele país, mas existem formas de fermentá-la para produzir etanol.
Assim, acaba ocorrendo um interessante intercâmbio mesmo no setor da produção de açúcar, onde os dois países são competidores no mercado internacional.
As diferenças nos processos de produção, corte da cana e seu transporte diferem radicalmente nos dois países, e certamente o grupo está efetuando apreciáveis lucros com as arbitragens das vantagens que conseguem aproveitar.
Os intercâmbios entre a Índia e o Brasil apresentam potencialidades que foram ressaltadas pelo artigo de Roberto Paranhos do Riobranco, presidente da Câmara de Comércio Brasil Índia, publicado também no Valor Econômico. Não somente de grandes empresas como a Marcopolo, Gerdau, Embraer, Weg e Andrade Gutierrez, mas milhares de empresas de setores que estão presentes em ambos os países. As grandes indianas, como AccellorMittal e Tata, continuarão ampliando suas atividades no Brasil, mas parece que o potencial é maior nas pequenas e médias empresas.
É preciso que o preconceito que ainda existe no Brasil, ao lado dos desconhecimentos recíprocos, seja diminuído, pois se tratam de dois países emergentes que estão ganhando impulso nos últimos anos, e desempenharão papel importante no mundo globalizado.
A próxima exposição industrial da Índia em São Paulo deve ser encarada com seriedade, pois muitas oportunidades poderão ficar claras, em ambos os mercados. Os indianos possuem uma presença mundial com seus imigrantes nos mais variados países e sua habilidade comercial é reconhecida secularmente.
Tenho um amigo que mora na India e gostaria de fazer intercambio aqui no Brasil. Só que aqui ninguem sabe informar como proceder. Quem ele deve procurar na India para ele poder fazer o Intercambio, vir como estudante para o Brasil, já que somos amigos e ele gostaria de vir para minha cidade. (João Pessoa – PB). Preciso saber como ele pode proceder, quem procurar e os documentos necessários para ele fazer isso lá em Nova Delhi (com os telefones)
Cara Marisa Dantas,
Obrigado por usar o nosso site. Acredito que a forma mais adequada é utilizar a nossa Embaixada na Índia ou o Consulado Geral em Nova Delhi, e ele pode obter lá as informações sobre os documentos necessários.
Paulo Yokota