Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Interesse da Imprensa Internacional Sobre a Dilma Rousseff

18 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: começo de uma longa batalha, podem ser mais imparciais, superando as perspectivas

Todos admitem que os governos eleitos democraticamente contam com mais credenciais imediatamente depois da posse, mas vão gastando seu prestígio na medida em que precisam enfrentar os desgastes da impossibilidade de atendimento de todas as aspirações da população. No caso da Dilma Rousseff, muitos atribuíam os méritos de sua eleição ao Lula da Silva, entendendo que a presidente não tinha uma experiência política, sendo uma boa gestora. Agora existe uma verdadeira enxurrada de admiração, vindas principalmente das grandes empresas estrangeiras, admitindo que sua determinação é muito forte, dispondo-se a enfrentar as pressões políticas, contingenciamento em R$ 50 bilhões o orçamento e impondo um aumento modesto no salário mínimo, tanto dos partidos demagogos como dos pseudos líderes sindicais.

A prestigiosa revista The Economist dedica novamente um amplo espaço para o Brasil, destacando as qualidades da presidente Dilma Rousseff. Reconhece que alguns jornais locais, que apoiaram seu opositor na eleição, também estão admitindo a sua determinação. Apesar da continuidade, admitem que o novo governo tem personalidade própria, tendo que lutar contra a inflação, dificuldades dos aeroportos e os estádios para a próxima Copa do Mundo.

Dilma_Rousseff_2010

Com uma personalidade diferente de Lula da Silva, ela sabe que precisa se consolidar com uma inflação mais baixa, com austeridade no orçamento. Foca na política social, combatendo a pobreza extrema, enquanto melhora a saúde e a educação. E o The Economist afirma que ela está correta por desejar mais impostos e reforma política.

Eles sentem que existe uma mudança na política externa. Ela critica a repressão no Irã, enfatiza o compromisso com os direitos humanos, e deseja aprofundar os relacionamentos com os Estados Unidos, reequilibrando o balanço geral, sem abrir mão da necessidade de uma nova governança global.

Os brasileiros a julgarão pelo que acontecer na economia. Poderá ela sustentar um rápido crescimento sem sacrificar a estabilidade econômica? A tarefa não é fácil, mas ela conseguiu um bom resultado no que se refere ao salário mínimo. O corte de R$ 50 bilhões não será fácil se efetivar. Ela encara estes tópicos como o primeiro passo para racionalizar o estado “barroco” que deixe suas empresas competitivas.

A sinalização é positiva, pois está procurando preencher os cargos principais com pessoas competentes, ainda que os congressistas desejem indicar seus auxiliares. Ela deseja privatizar os aeroportos. O mercado de capitais está pronto para ajudá-la. Ela pretende ser uma eficiente administradora, mas o tempo dirá se ela conseguirá ter a capacidade de obter as reformas de um Congresso voraz. Ela está se mostrando uma boa presidente, mas o teste real ainda está para ocorrer, segundo o The Economist.