Mudanças de Comportamento dos Jovens Japoneses
11 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: artigo do Financial Times, contraste com a época do Akio Morita, os jovens japoneses estão evitando tecnologias | 2 Comentários »
Por ironia, o jornalista Jonathan Soble do Financial Times informa que os atuais jovens japoneses, apesar do atual elevado desemprego pelos padrões daquele país, estão indicando que se distanciam das profissões relacionados com o desenvolvimento tecnológico. Ele chama a atenção que Akio Morita, co-fundador da Sony, orgulhava-se na sua autobiografia em 1986 que o Japão se concentrava na formação de engenheiros, enquanto os Estados Unidos contavam com muitos advogados.
Ainda hoje, muitas empresas japonesas dependem da tecnologia para enfrentar a concorrência com os coreanos e taiwaneses. Uma pesquisa efetuada pelas empresas japonesas informa que no ano passado dois terço delas sentiam as limitações da disponibilidade de pessoal técnico capacitado voltado à tecnologia.
O artigo informa que uma pesquisa efetuada em 25 países pela Rose, uma empresa norueguesa de pesquisa, os estudantes secundários japoneses eram os que menos se interessavam pela tecnologia. O presidente da Hitachi japonesa reconhece que os estudantes japoneses não desejam ir para áreas que exigem matemática e ciências. O desemprego oficial japonês atual continua baixo (ele depende da metodologia utilizada para a sua apuração), em torno de 4,9%, mas vem aumentando e é mais elevado do que no tempo de Akio Morita.
Muitas empresas japonesas estão ampliando suas produções no exterior, como a Sony, e outras prometem manter a do Japão, mas ampliando no exterior, como na China, na Tailândia e no México. Muitos dos atuais empregados japoneses são temporários, que resultam em custos mais baixos. Em dezembro do ano passado, somente sete entre 10 estudantes formandos estavam com o emprego assegurado, que é baixo segundo os padrões japoneses.
Os empregos no Japão não são mais para toda a sua carreira e no setor industrial, como no passado, mas em serviços e no setor público, como o correio, ferrovias.
Segundo o artigo, muitas empresas japonesas estão desenvolvendo suas pesquisas no exterior, nos setores de elevada tecnologia. Eles informam que podem contratar pesquisadores temporários, a custos mais baixos em outros países.
Não se faz mais japonês como antigamente.
Homens vegetais, animes, aversão a área de exatas, jogos hentai e idolatria a mulheres dos games são sintomas de uma sociedade mais infantilizada, menos competitiva, tímida com grau cada vez maior de ''afeminação''.
Enquanto no Japão as mulheres lolitas fingem serem donzelas meigas no mundo encantado, na China elas trabalham duro nas fabricas, alguns investem em seus próprios negócios como restaurantes e lojas de roupas, tem perspectiva pra o futuro e estão sempre atentas à novos horizontes.
Logo o que corrói a economia japonesa, em parte, é a mentalidade e cultura da nova geração que começou a tomar espaço na década de 70. Ou elas levantam a cabeça e muda de atitude ou seu país moderno ficará nos livros de historia.
Caro Tiago,
Obrigado pelo comentário. Em qualquer sociedade seus componentes são diferentes, mas acredito que a maioria dos jovens japoneses atuais se enquadram na sua descrição. Na China também existem muitas mulheres que se dedicam, mas também os que procuram aproveitar somente o momento favorável daquela economia.
Paulo Yokota