Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Crise no Mundo Árabe e seu Impacto Global

8 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: artigos do The Economist, diferenças em todo o mundo, preocupações mundiais

Todos se mostram preocupados sobre os impactos que podem ser causados na economia mundial pelos problemas no mundo árabe que, infelizmente, ainda parece estar no seu começo. A revista The Economist como sempre, traz uma série de artigos ponderados e profundos, procurando esboçar o quadro das principais dificuldades. As crises passadas mostram que os impactos podem ser decorrentes das dificuldades geradas com o suprimento de energia e do medo que se espalha pelo mundo econômico. Mas não se sabe qual a sua extensão, que em qualquer hipótese, prenuncia-se de grande monta.

A revista pergunta se a crise corresponderá a um novo choque petrolífero, e responde preliminarmente que poderá ser, mas a um custo menor. Como sempre, o mundo desenvolvido parece mais aparelhado para sofrer menor impacto, pois já vem reduzindo o consumo de petróleo, ainda que o processo de sua recuperação possa sofrer uma redução. Segundo suas análises, o mundo emergente pode sofrer maiores efeitos inflacionários, estando menos preparado para efetuar substituições de energia, dependendo ainda do petróleo nas próximas décadas, notadamente na Ásia.

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Evidentemente, mesmo que temporariamente, prevê-se a possibilidade de uma redução da oferta de petróleo e suas cotações nos mercados estão refletindo esta situação. O mínimo que se pode prever é que os preços vão se manter altos, transferindo recursos de países consumidores para os produtores, onde o Brasil já começa a figurar entre os últimos.

Os problemas inflacionários que já vinham preocupando o mundo, com o aumento dos preços das commodities agrícolas, e que está exigindo medidas contencionistas de diversas autoridades monetárias, como os aumentos dos juros, devem continuar problemáticos. Isto certamente reduzirá as possibilidades de crescimento da economia, como já vem ocorrendo com as previsões até do FMI. Os analistas não esperam que isto gere uma nova stagflation, ou seja, uma estagnação econômica com inflação.

Países emergentes, principalmente da Ásia, como a China e a Índia, serão forçados a efetuar maiores esforços para conter o processo inflacionário, reduzindo suas possibilidades de crescimento da economia. Os problemas ambientais já vinham exigindo esforços na melhoria da qualidade das energias utilizadas, mas a dependência do petróleo e outros minerais, como o carvão mineral, são poluentes, exigindo investimentos pesados para a sua redução. Sacrifícios serão exigidos de outros setores da economia.

A revista detalha as análises que levam às suas conclusões. O The Economist afirma que a crise petrolífera dos anos 70 do século passado transformou a economia mundial, e o mesmo poderá acontecer agora, com custos mais baixos.