Avaliação do Terremoto no Japão Após 24 Horas
12 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: efeitos do terremoto em todo o Japão, fluxo contínuo de informações, o sistema de defesa civil do Japão
Transcorrido cerca de 24 horas a partir do terremoto principal, pois nestes processos de encontro das placas tectônicas, como é o caso, podem ser antecipados e seguidos por outros tremores, já é possível fazer um primeiro balanço equilibrado de suas nefastas consequências. O terremoto teve graus diferentes nas diversas regiões a partir do epicentro que ocorreu no mar, na província de Miyagi, no nordeste do Japão, onde a grande cidade mais próxima é Sendai, onde foi estimado em 8,9 graus Richter. Em muitos lugares, foram superiores a 7 graus, e mesmo Tóquio e Yokohama, distantes cerca de 500 quilômetros do epicentro, foi superior a 6 graus. Continuam ocorrendo tremores de 6 a 7 graus em diversas localidades.
Mesmo o The New York Times reconhece que o Japão é um dos países mais preparados para estes desastres naturais, contando com um sistema preventivo e uma defesa civil eficiente, inclusive sobre o tsunami que pode se seguir. Os estragos foram incalculáveis e as mortes registradas já superam a milhares de vidas, segundo a NHK, televisão oficial do Japão, que conta com um sistema para fornecer o máximo de informações para a população. Esta TV continua registrando os tremores que continuam ocorrendo com muita frequência, com forte intensidade. O jornal Yomiuri também fornece dados atualizados, no seu site, como o mapa que se segue.
No Japão, existe um treinamento preventivo para terremotos, fazendo com que a população conte com um kit de primeiros socorros, com água, para o caso de uma vitima ficar presa debaixo dos escombros. Nos edifícios, ainda que tenha dezenas de andares, todos os ocupantes são treinados para a evacuação ordeira, tendo um ponto de encontro com os seus amigos em local pré-determinado, normalmente um parque ou uma praça.
Uma barreira foi construída para proteger as cidades mais sujeitas aos efeitos do tsunami, ainda que sua eficácia seja discutivel. Os grandes edifícios são construídos sobre uma base, como se fosse sobre uma grande pedra, e suas estruturas são flexíveis para evitar que se partam. Portanto, são construídos de forma que evitem danos maiores aos seus ocupantes.
Nas residências como nos escritórios, muitos móveis são fixos nas paredes, evitando que caiam sobre as pessoas. Recomenda-se a elas que se protejam embaixo das mesas, para evitar serem feridos por objetos que podem cair.
Parte do sistema de fornecimento de energia elétrica está desligada, pois muitas usinas atômicas foram atingidas e desligadas. Somente uma, a Fukushima numero 1, foi noticiada com um pequeno vazamento de radiação, segundo as autoridades japonesas. A população que mora nos seus arredores foi evacuada, por precaução. Muitos sistemas de comunicação, como pelos celulares, encontram-se funcionando precariamente. O sistema de transporte por trens, inclusive o Shinkansen e muitos metropolitanos, bem como os aéreos, funcionam com algumas limitações.
As informações do Nikkei dão conta que muitas indústrias estão com suas atividades paralisadas, bem como muitas estradas de rodagem estão interrompidas com suas pistas afetadas por grandes rachaduras. Os incêndios em indústrias, como conjuntos de residências, continuam consumindo muitos patrimônios. Alguns aeroportos foram afetados, reduzindo o transporte aéreo.
Estima-se que a energia liberada por este terremoto supera em cerca de 180 vezes o que ocorreu em Kobe, uma região que era considerada de baixo risco para terremotos, mas provocou grandes danos. A região agora afetada era considerada de risco mais elevado, e em Tóquio esperava-se a repetição do que ocorreu em 1923, de forma semelhante com Los Angeles e San Francisco, que ficam junto a grandes falhas.
Espera-se que este infeliz desastre natural seja um desafio que aglutine todo o povo japonês para superar suas dificuldades, com a ajuda do resto do mundo. Até o momento, a preocupação principal no Japão é com a usina atômica de Fukushima. O tsunami já atingiu a costa oeste das Américas, não se registrando problemas mais graves, pois o sistema de alerta está informando as populações costeiras.