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BNDES Empresta Mais Que o Banco Mundial

10 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: Estado indutor, restrições do Banco Mundial, substancial aumento dos empréstimos do BNDES

O jornal O Estado de S.Paulo deu hoje um grande destaque à notícia também veiculada pelos outros jornais informando que o BNDES continua elevando o seu volume de empréstimos, tendo superado o Banco Mundial. Nos últimos cinco anos, o banco brasileiro de fomento aumentou mais de 350% seus empréstimos, dentro do conceito de ser a principal agência do Estado indutor. Na crise de 2008, com a restrição sofrida pelos bancos privados, o governo Lula da Silva resolveu acelerar os empréstimos do banco oficial.

Em 2010, o BNDES concedeu empréstimos de US$ 96,32 bilhões, enquanto o Banco Mundial de US$ 28,85 bilhões, superando em mais de três vezes esta instituição internacional. Uma parte deveu-se à política de Estado indutor, mas outra de limitação de recursos do Banco Mundial que está sendo substituído por muitos bancos oficiais de países que estão dando suporte aos projetos de infraestrutura dentro do seu próprio pais, como no exterior.

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O artigo do O Estado de S.Paulo, além de publicar a opinião oficial, também informa sobre as críticas que são efetuadas pelos que adotam posições contrárias ao governo. O que se observa é que o banco, originalmente criado para o financiamento da infraestrutura e grandes empreendimentos industriais, vem diversificando suas operações.

Nos entendimentos do governo brasileiro com países estrangeiros, o BNDES tem sido acionado na falta de uma agência específica para a finalidade. Também a ausência de um banco de comércio exterior, tanto algumas importações como muitas exportações acabam ficando sob o encargo do BNDES.

Setores considerados estratégicos pelo governo, como o da ampliação da matriz energética, inclusive com empreendimentos privados de grande monta, como na área do etanol, vem recebendo a assistência financeira deste banco de fomento. Os críticos apontam que existe um subsídio, pois ele capta no exterior a custos mais elevados do que os cobrados dos mutuários.

O próprio governo vem elevando o capital do BNDES para que ele conte com recursos indispensáveis para as suas operações, que têm até envolvido alguns capitais de giro. Na medida em que a economia brasileira recuperou-se da recessão que atingiu o mundo em 2008, há possibilidade do banco retornar aos seus objetivos principais, pois os projetos de infraestrutura indispensáveis são inúmeros. Parte das obras indispensáveis para a Copa do Mundo e as Olimpíadas também devem receber o seu suporte financeiro, mesmo que sejam efetuadas como projetos público-privados.

As informações oficiais dão conta que as inadimplências são baixas, até porque o BNDES deixa os riscos com seus muitos agentes financeiros que são envolvidos nas suas operações.