Informações Sobre o Japão Para os Brasileiros
22 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: dificuldades de compreensão, esforços da imprensa, informações desejáveis, interessados no Japão e no Brasil | 2 Comentários »
Todos os veículos de comunicação estão procurando manter os brasileiros abalados psicologicamente informados sobre o que vem acontecendo no Japão, com prioridade para os residentes naquele país, estimados em mais de 250 mil pessoas. Além de milhões de seus parentes, amigos e outros interessados residentes no Brasil, preocupados com eles. Todos passam ainda por uma situação crítica, tanto com os novos terremotos menores que diferem de intensidade regionalmente como com informações das evoluções constantes relacionadas com as contaminações decorrentes das radiações. Os controles das usinas atômicas de Fukushima preocupam a todos, pois ainda não estão totalmente resolvidos, apesar dos esforços das autoridades e funcionários das mesmas. Além das limitações pelas quais os japoneses ainda passa no cotidiano de suas vidas, com o racionamento da energia elétrica e outros. Muitos colocam em dúvida as informações regulares fornecidas pelas autoridades, no mínimo sobre a sua precisão.
Existem desinformações que facilitam a disseminações de boatos, pois muitos dos brasileiros residentes no Japão possuem limitações para compreender o que as autoridades divulgam regularmente pela televisão local, em linguagem mais elaborada e com explicações técnicas, sempre difíceis para os leigos. Algumas chocam com as fornecidas pelas fontes externas, emitidas de pessoas credenciadas tecnicamente, mas desinformadas das condições locais atualizadas, que continuam preocupantes.
Alguns alimentos foram contaminados pela radiação proveniente das usinas de Fukushima
A Folha de S.Paulo procura efetuar uma cobertura adequada, mas suas informações acabam ficando defasadas pelas rápidas alterações dos quadros, principalmente com relação às usinas de Fukushima, com os níveis de contaminação com as radiações que sempre são difíceis de serem avaliadas pelos leigos, que pouco entende da escala sievert. O seu enviado especial Fabiano Maisonnave informa que até os japoneses estão se socorrendo do twitter do professor Ryugo Hayano, físico da Universidade de Tóquio, como do Dr. Keiichi Nakagawa, do departamento de radiologia da mesma universidade.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear, do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, distribuiu uma cartilha de orientação simples para a população brasileira no Japão. Este documento está no http://www.cnen.gov.br/noticias/documentos/cartilha-brasileiros-japao.pdf. Muito bem elaborado, ele proporciona informações que procuram tranquilizar, contém procedimentos práticos para se defender dos riscos de maiores contaminações.
As informações sobre as contaminações de alimentos, como os espinafres e o leite, acima do padrão aceito pelas autoridades japonesas, levaram à proibição de suas vendas, quando provenientes das regiões mais afetadas. Seria conveniente acrescentar informações sobre os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e os brasileiros, pois costumam diferir dos japoneses que são extremamente rigorosos.
Seria útil explicar, também, com dados comparados com casos práticos, mostrando que os níveis de contaminação do ar e da água, mesmo marítima, são relativamente baixos no Japão, ainda que alarmantes para os japoneses que são extremamente rigorosos em decorrência da experiência da bomba atômica. Ou seja, os observados nos hospitais brasileiros que usam radiologia ou banhos nas areias monazíticas da praia de Guatapari, no Espírito Santo, são bem mais elevados.
Seria adequado explicar um pouco mais sobre a escala Richter, que é logarítmica, dando exemplos dos estragos provocados nos diversos níveis, e o Japão conta com construções extremamente resistentes. A escala para medida da radiação, expressa em sievert, poderia ser explicada didaticamente pelos limites suportáveis pelos seres humanos, como para os que trabalham nos hospitais, explicando-se o tempo em que ela se mantém no solo, nos sapatos, nas gramas, no ar e outros ambientes, com chuvas ou neves.
As autoridades japonesas, ainda que preocupadas com o aumento das radiações, informam que o nível atual está ainda baixo, com a região de segurança sendo estabelecida preventivamente, mas para aqueles que estão assustados, como os brasileiros residentes no Japão e seus parentes no Brasil, estas informações poderiam ser mais tranquilizadoras. Permitiriam uma compreensão melhor da situação em que se encontram.
Caro Paulo.
Realmente o Twitter tem sido o meio mais rápido e confiavel.
Em portugues destaco o da @silviakikuchi, jornalista da IPCTV que tem tuitado até nas madrugadas, com informações úteis.
Em inglês temos o do @japantimes, o maior jornal em língua inglesa do Japão.
Dos pronunciamentos oficiais temos o do primeiro ministro Kan @JPN_PMO
Dos consulados temos o do Consulado de Toquio @cgtoquio, que não é atualizado com frequencia.
e tem o doa blogs, o @mauj77 e este @pequenascousas
e tem o meu @pequenas
Caro Jose Comessu,
Obrigado pelas informações adicionais.
Paulo Yokota